Nani Gordon conta como surgiu a ideia de criar a primeira e única plataforma 100% digital de prêmios de incentivo
Após temporada fora do Brasil trabalhando na indústria da moda, empreendedora voltou ao Brasil e reencontrou ‘amiga e longa data do varejo’, com quem fundou a Cashin
Nossa Mulher Positiva é Nani Gordon, CPO e cofundadora da Cashin, primeira e única plataforma 100% digital de prêmios de incentivo. Nani nos conta sobre sua trajetória profissional, sua atuação na indústria da moda entre 2004 e 2017 e o nascimento da sua empresa, uma espécie de filha que começou a operar no mesmo mês em que ela foi mãe pela primeira vez. “Brinco com meu marido que nosso primeiro filho nasceu falando o pitch [discurso] da Cashin”, contou. “Mas confesso que a experiência do nascimento do meu segundo filho, com a empresa no tamanho que está hoje, tem sido ainda mais desafiadora, porque hoje os negócios demandam ainda mais de mim. No dia do parto, eu estava fazendo reunião e as pessoas me falando: ‘Vai para o hospital’. Em pouco mais de três anos, a empresa cresceu acima do esperado, a pandemia nos ensinou a ter mais resiliência e adaptabilidade. Tenho orgulho de dizer que nunca perdemos sequer um cliente, todos continuam fiéis ao nosso serviço e elogiam a experiência descomplicada e ágil da Cashin.”
1. Como começou a sua carreira? Tem sido uma tônica da minha trajetória profissional entender para onde o mercado caminha, quais as suas dores e colocar em prática formas de solucioná-las. Atuei na indústria da moda de 2004 a 2017. Na M5, como diretora de produtos, liderei uma equipe de mais de cem pessoas e obtivemos importantes resultados de negócios para a marca. Depois desse período, fui para Chicago, assisti a algumas aulas gratuitas na Kellogg, escola de negócios da Universidade Northwestern, e na DePaul University. Trabalhei com novos negócios na Bucketfeet. No Catar, lancei a OOLA, marca de roupas esportivas para mulheres muçulmanas, que andam cobertas em um verão de 50° C. Fomos pioneiras neste nicho.
De volta ao Brasil, reencontrei a Luciana Ramos, amiga de longa data do varejo que já estava estudando o mercado de incentivos corporativos e suas peculiaridades. Nos conectamos com nossos perfis complementares para o desenvolvimento do negócio. Percebemos que havia inúmeros gargalos a serem solucionados no setor. Aos processos engessados e antigos, adicionamos flexibilidade, inteligência de mercado, experiência de usuário e um coração. E começamos a explorar novas possibilidades. Como chegar no ponto de venda de um varejo que não é meu? Engajar as equipes para vender mais que a do concorrente de um jeito simples? Ter o controle e auditoria das premiações? Transferir pagamentos de acordo com as regras de compliance? Flexibilizar as premiações? Alcançar colaboradores terceirizados sem dados sensíveis?
Nesta intensa pesquisa de mercado para o desenvolvimento da plataforma, percebemos os problemas relativos ao estoque e à distribuição, que era feita sem tracking ou necessitava de recolhimento de dados sensíveis dos beneficiários. Era muito dinheiro circulando de forma informal. Quando olhamos para o mercado geral de incentivos, vimos um caminho que atendia a distribuidoras, varejistas e quaisquer outros estabelecimentos de comércio, no final, começamos a atender empresas de todos os segmentos. A Cashin começou a operar no mesmo mês em que fui mãe pela primeira vez. Foi uma loucura que me exigiu muita força e foco. Em pouco mais de três anos, a empresa cresceu acima do esperado, a pandemia nos ensinou a ter mais resiliência e adaptabilidade. Tenho orgulho de dizer que nunca perdemos sequer um cliente, todos continuam fiéis ao nosso serviço e elogiam a experiência descomplicada e ágil da Cashin.
2. Como é formatado o modelo de negócios da Cashin? Com o propósito de modernizar o mercado de prêmios digitais, geralmente distribuídos por meio de cartões presente físicos, a Cashin oferece uma plataforma que atende tanto as corporações quanto os colaboradores. Na plataforma das empresas, é possível comprar os créditos e distribuí-los em lotes, o que colabora com as regras de compliance. As companhias ainda recebem o histórico das operações com extratos, comprovantes, rastreamento do uso dos prêmios e métricas sobre o comportamento dos usuários, assim como uma planilha exportável de dados. Dentre os clientes estão empresas como Ambev, Burger King, Coca Cola, Nestlé, Fini e Grupo Arezzo. Já os colaboradores podem se cadastrar sem burocracia, usando apenas o nome e o telefone para resgatar prêmios em forma de cupons, saques bancários e serviços financeiros, como transferência, pagamento de contas ou recarga de celular, o que garante maior flexibilidade. A Cashin também oferece opções de cartão físico ou virtual e lançou uma funcionalidade de pagamento via QR Code Crédito em maquininhas. Assim, a startup entrega os prêmios de benefício de maneira imediata, ao mesmo tempo em que elimina problemas como a necessidade de estoques físicos de premiações, altos custos com equipe e envios, logística complexa, além de longas auditorias para a definição dos prêmios e falta de registro das operações.
3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Acredito que tenha sido a virada de chave que gerou a gênese da Cashin, quando decidi pivotar de segmento de atuação. Já estava, de certa maneira, bem-sucedida, com uma carreira consolidada no varejo, mas com aquela sensação de não ter realizado o grande projeto de minha vida. E que, se eu quisesse buscar esse sonho, precisaria apostar alto.
4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Brinco com meu marido que nosso primeiro filho nasceu falando o pitch [discurso] da Cashin, porque ele nasceu no mês que a Cashin começou a operar no mercado, então realmente tem sido uma loucura desde então. Mas confesso que a experiência do nascimento do meu segundo filho, com a empresa no tamanho que está hoje, tem sido ainda mais desafiadora, porque hoje os negócios demandam ainda mais de mim. No dia do parto, eu estava fazendo reunião e as pessoas me falando: “Vai para o hospital”. Mas eu gosto de dividir tarefas, distribuir poderes, o escritório é próximo da minha casa, meus filhos estão sempre aqui e faz parte da cultura da Cashin querer que as pessoas tenham vida, que tenham hobbies, curtam suas famílias. Enfim, foi uma sorte também ter uma sócia como a Luciana, que também tem filhas maiores, e de ter o privilégio de estar em uma posição onde eu posso, de certa forma, fazer meu horário.
5. Qual o seu maior sonho? Meu maior sonho é conseguir equilibrar essa vida de mãe e empreendedora, vendo tanto meus filhos quanto a empresa crescer de maneira saudável e forte.
6. Qual a sua maior conquista? Sempre digo que a maior conquista ainda está por vir. Desde o nosso primeiro ano de operação, sempre temos batido metas e acreditamos que assim será em 2023, 2024, 2025, 2026, 2027… Mas vejo como uma conquista constante em minha vida conseguir manter a Cashin em um movimento de crescimento constante, já foi um produto novo, original, disruptivo e 100% desenhado do zero por mim e que nem sempre seguiu todos os mandamentos do mercado. No começo, quando eu apresentava o projeto inicial, todo colorido, com uma interface amigável e friendly, totalmente diferente dos demais aplicativos financeiros, disseram que eu estava louca. Hoje vimos que deu supercerto.
7. Livro, filme e mulher que admira. Livro: “Sapiens – Uma Breve História da Humanidade”, de Yuval Harari. Filme: “Steve Jobs”. Mulher que admira: Michelle Obama.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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