Wandreza Bayona conta como instituto ajuda 7.000 jovens por ano a ‘realizarem seus projetos de vida’

Mulher Positiva desta semana é diretora-executiva do Ser+, uma organização voltada para o desenvolvimento pessoal e profissional de adolescentes com menos oportunidades

  • Por Fabi Saad
  • 18/01/2023 10h00
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Divulgação Mulher branca de terminho lilás Wandreza Bayona iniciou sua carreira no terceiro setor após virar analista júnior de projetos do Instituto Credicard

Nesta semana, nossa Mulher Positiva é Wandreza Bayona, que nos conta a respeito de sua trajetória. Ela iniciou sua carreira no atendimento ao cliente até ingressar no terceiro setor. Wandreza também abordou nesta entrevista sua aptidão para questões sociais. “Só através da educação nós poderemos alcançar um futuro melhor. Por isso, hoje o nosso maior trabalho é mostrar para as pessoas a importância de investir em educação e enxergar que o jovem é uma potência que pode agregar muito para sua empresa. Investir nos nossos jovens e capacitá-los para que no futuro a gente possa colher esses frutos em todas as áreas”, disse a diretora-executiva do Instituto Ser+.

1. Como começou a sua carreira? Iniciei minha carreira na Credicard, aos 17 anos. Entrei para trabalhar na parte de atendimento ao cliente e lá dentro decidi me inscrever para uma vaga de analista júnior de projetos, no Instituto Credicard. Foi quando comecei minha trajetória no terceiro setor. Fiquei lá por 11 anos como coordenadora de projetos do instituto, depois ingressei na Nextel Telecomunicações, onde fui gerente de responsabilidade social por mais de sete anos.

2. Como é formatado o modelo de negócios do Ser+? O Ser+ foi pensado para ser uma ferramenta na vida dos jovens, auxiliando na construção e realização dos projetos de vida deles. Para isso, criamos cinco eixos de atuação: aprendizagem, aceleração de carreira, conexões, diversidade e In Company. Além disso, também promovemos iniciativas para o desenvolvimento pessoal e profissional de públicos específicos como mulheres, pessoas pretas e pardas, grupos LGBTQ+ e pessoas com deficiência. Neste formato, conseguimos atingir diversos jovens em situação de vulnerabilidade e dar uma nova perspectiva de vida para eles. Em 2021, o instituto formou mais de 6 mil jovens, e, deste número, mais de 70% estão inseridos no mundo do trabalho. Todo esse nosso trabalho é feito com o apoio de empresas parceiras, que patrocinam esses programas por meio de leis de incentivo ou investimento direto. Essas marcas também recebem todo o nosso apoio para fortalecerem suas áreas de responsabilidade social.

3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Passei ao longo da jornada por momentos intensos e algumas dificuldades sempre aparecem, mas em todas elas encontramos uma oportunidade. Por isso, o momento mais tenso da minha carreira também foi o mais incrível. As pautas sobre ESG começaram a ser discutidas há algum tempo, com outro nome, mas a mesma intenção. E o início dessas iniciativas foi muito desafiador. Ainda liderando uma área de ESG, uma das frentes ligada aos jovens, fui informada de que não havia mais budget para manter essa área e talvez a iniciativa, como um todo, se encerraria. Na intensidade do processo e com 400 jovens em formação, entendi que era necessário iniciar a busca por captação de recursos, mesmo estando em um instituto empresarial. Apesar de todos os esforços, recebemos a notícia de que teríamos que encerrar as atividades, mas, como nunca desistimos, e encontramos pessoas maravilhosas pelo caminho, nesse momento de dificuldade começamos o Ser+, como um instituto do terceiro setor. E aqui estamos nós, há mais de 14 anos formando mais de 7.000 jovens por ano.

4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? Com muita organização e trabalho em equipe. No instituto, eu conto com uma equipe formada por educadores, time de marketing, time responsável pelas parcerias com as empresas e outros profissionais que me ajudam muito. Nós alinhamos cada ação e com isso fazemos acontecer. Graças a esse suporte eu consigo me organizar e conciliar minha vida pessoal para poder desfrutar de um tempo de qualidade com a minha família, que é uma prioridade na minha vida.

5. Qual seu maior sonho? Ver a educação do Brasil entre as melhores do mundo. Só através da educação nós poderemos alcançar um futuro melhor. Por isso, hoje o nosso maior trabalho é mostrar para as pessoas a importância de investir em educação e enxergar que o jovem é uma potência que pode agregar muito para sua empresa. Investir nos nossos jovens e capacitá-los para que no futuro a gente possa colher esses frutos em todas as áreas.

6. Qual sua maior conquista? Eu acredito em conquistas diárias, pequenas conquistas que fazem com que possamos nos aproximar do propósito e da ambição de ver nossos jovens protagonistas de suas histórias e de suas próprias vidas, levando como consequência uma educação de qualidade, a inclusão produtiva de forma adequada e a igualdade de direitos. E é claro que não posso deixar de dizer sobre meus quatro filhos, que são minhas maiores conquistas na vida!

7. Livro, filme e mulher que admira. Temos clássicos que não posso deixar de citar, como “Dom Casmurro”, de Machado de Assis. Outro que gostei muito é “Empatia Assertiva”, de Kim Scott, a ideia do foco em resultados sem perder a humanização das relações. Além de outros vários autores que falam sobre o desafio da educação e da gestão nos dias atuais. Filmes, eu já gosto muito de romances, é meu momento de relaxar e assistir a algo com os meus filhos… E amo muito histórias de Natal. Me remetem a infância, bons sonhos e curtir esse momento mágico com as crianças não tem preço. Poderia citar aqui muitas mulheres que admiro, são várias as personalidades que conheço, mas cheguei em um momento que valorizo e admiro mais mulheres que estão próximas de mim, em quem realmente consigo me inspirar e que lideram iniciativas maravilhosas e são exemplos de vida para outras mulheres e jovens.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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