Produtora de eventos de sucesso, Aline Barsotti se dedica a ajudar pessoas em situação de rua
Projeto social nasceu em meio à pandemia, devido à demanda de pessoas que perderam seus lares, e, em um ano, já distribuiu mais de 8 mil kits com roupas, alimentos e outros itens
Nossa Mulher Positiva desta semana é Aline Barsotti, formada em marketing e produtora de eventos na Adobe. Ela nos conta sobre o início de sua carreira e a fundação de seu projeto social que atende pessoas em situação de vulnerabilidade da cidade de São Paulo. “Além da minha carreira tradicional, tenho a OCCA (Organização Cora Coralina & Amigos), um projeto social que visa atender as necessidades básicas da população de rua da cidade de São Paulo, que se encontram em situação de vulnerabilidade, bem como seus animais de estimação. O projeto nasceu em meio à pandemia, devido à enorme demanda de pessoas que perderam seus lares e, sem alternativa, foram morar nas ruas”, conta Aline.
1. Como começou a sua carreira? Venho de uma família em que a publicidade se faz presente através das gerações, então não foi difícil escolher o caminho que eu iria seguir, já estava na veia. Desde adolescente já queria trabalhar e ter a minha independência, mas foi com 17 anos que consegui meu primeiro emprego e que também entrei na faculdade de comunicação social. Costumo dizer que a minha carreira se divide em dois momentos e que explorei muito todas as vertentes que essa área de atuação pode oferecer, já que, inicialmente, trabalhei em grandes agências de publicidade. Após morar um período em Nova York para estudar marketing, comunicação e eventos, tive a oportunidade de migrar para essas áreas, onde atuo até hoje, e posso dizer que me sinto totalmente realizada profissionalmente, além de sempre ter a oportunidade de aprender e me atualizar cada vez mais.
2. Como é formatado o modelo de negócios da OCCA? Além da minha carreira tradicional, tenho a OCCA (Organização Cora Coralina & Amigos), um projeto social que visa atender as necessidades básicas da população de rua da cidade de São Paulo, que se encontram em situação de vulnerabilidade, bem como seus animais de estimação. O projeto nasceu em meio à pandemia, devido à enorme demanda de pessoas que perderam seus lares e, sem alternativa, foram morar nas ruas. Com um ano de existência, a OCCA e seus 50 voluntários fixos já movimentaram cerca de R$ 20 mil e mais de 8 mil kits (entre roupas, alimentos, calçados, ração para cachorro, higiene etc.) distribuídos pela cidade. Como planos futuros, temos a meta de transformar o projeto em uma ONG de forma definitiva e ter nossa sede própria para que a produção aumente e mais pessoas sejam assistidas.
3. Qual foi o momento mais difícil da sua carreira? Posso citar alguns. Muitas vezes, me questionei se estava realmente na profissão certa. Outras vezes me questionei sobre qual era o propósito e se eu fazia diferença na vida das pessoas através da minha profissão. Esses questionamentos me fizeram passar por alguns processos internos difíceis até amadurecer a ideia de aplicar todo o meu conhecimento e profissionalismo, não só na empresa em que trabalho, mas ir além. Atualmente, curso a minha segunda graduação, em pedagogia, pois quero ter a base da educação para ensinar marketing (por exemplo) a quem não tem possibilidade de aprender nos meios tradicionais devido a altos custos. Também utilizo minhas habilidades para dirigir a OCCA. Dessa forma, posso sustentar meu propósito de vida e também adquirir confiança, experiência e liderança para aplicar na minha vida profissional.
4. Como você consegue equilibrar sua vida pessoal x vida corporativa/empreendedora? É um desafio, e não é fácil, mas os compromissos dos projetos com os quais estou engajada ou que são meus me motivam a acordar todos os dias. Em todas as áreas, preciso realizar entregas, e aprendi a deixar a ansiedade em querer resolver tudo de uma vez de lado, respirar, estabelecer ordens de prioridade e, acima de tudo, aproveitar o processo, o caminho até a conclusão de cada uma das tarefas. Priorizar meu bem-estar e felicidade tem sido minhas válvulas de escape para que, no final do dia, tudo tenha valido a pena.
5. Qual seu maior sonho? Igualdade e paz. Sei que pode parecer uma resposta clichê, mas penso que a violência vem da desigualdade social, que vem de questões estruturais desde que o mundo é mundo. Quero continuar tendo recursos e forças para continuar lutando por essas causas.
6. Qual sua maior conquista? Equilíbrio em todas as áreas da minha vida. Não acredito que conquista precisa ser algo material ou de valor quantitativo, mas, sim, o tipo de ser humano que eu posso me tornar, em excelência, para impactar pessoas e transformar vidas, a começar pela minha.
7. Livro, filme e mulher que admira. Não tenho como responder essa pergunta se não for “Titanic”, rs. Além de ser o filme que eu paro para assistir onde quer que esteja passando, foi o primeiro longa que vi em uma sala de cinema. Atualmente, estou lendo pela segunda vez o livro “Milagre da Manhã”, escrito por Hal Elrod, que, aliás, tem sido minha inspiração. Admiro a cantora Anitta, toda sua trajetória profissional e o tamanho que o “produto” que ela desenvolveu atinge atualmente. Utilizo algumas inspirações tanto dela quanto da sua equipe de marketing para desenvolver alguns dos meus trabalhos.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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