Cirurgia plástica é melhor no inverno: mito ou verdade? Médico explica
Pacientes preferem estação mais fria do ano por causa da menor exposição ao sol e porque acreditam que o corpo desincha mais rápido
O número de cirurgias plásticas durante o inverno aumenta em cerca de 50%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Por que isso? As pacientes acreditam que o corpo desincha mais rápido e também conseguem cumprir o pós-operatório sem tomar sol, com menos sacrifício pelo período recomendado. Mas, segundo um especialista que conversou com exclusividade com a coluna, não é bem assim. Nem tudo são maravilhas. O cirurgião plástico Filipe Basile, membro da SBCP, diz que o julho é o mês mais procurado por conta das férias escolares. Isso porque as mães estão de folga de levar os filhos na escola e demais tarefas que a rotina envolve. No passado, explica o especialista, as cirurgias exigiam que as mulheres ficassem sem dirigir por um mês. Mas isso mudou.
“Daí surgiu um mito. Essa obrigatoriedade de restrição não é verdadeira. Mulher que faz cirurgia de prótese de mama, por exemplo, tem muito menos restrições em dirigir e trabalhar do que costumava ter. Mas muitas acham que não podem mexer o braço por vários meses”, comenta o médico. Para quem vai fazer plástica na região do abdômen, por exemplo, a única vantagem do clima frio seria por conta do uso prolongado de cinta. Mais ou menos. “São dois ou três meses de uso de cinta, quando chegar setembro, os dias serão mais quentes. E a teoria do frio cai.”
A alta procura por plásticas no inverno traz alguns inconvenientes para a paciente, explica Basile. “Muitas vezes, não há disponibilidade para comprar cintas e outros acessórios pós-operatório e ainda faltam vagas nos hospitais. Além disso, esgota prótese de silicone por conta da alta demanda em uma determinada época.”. Independentemente da estação do ano, o ideal é fazer um planejamento com o médico — e que seja um especialista em cirurgia plástica.
Exercício após cirurgia
Filipe Basile é um dos autores do estudo publicado no início de janeiro no Journal of the American Society of Plastic Surgeons, a maior revista de cirurgia plástica do mundo, que revela que mulheres que fazem aumento dos seios podem retornar aos exercícios físicos em apenas uma semana. Segundo o médico, o objetivo foi avaliar a segurança da atividade física precoce. Participaram do ensaio clínico 225 mulheres que fizeram cirurgia para aumento dos seios com prótese.
“Os dados científicos sobre esse impacto do exercício físico após a cirurgia de aumento de mama ainda são limitados. As recomendações variam de algumas semanas até alguns meses. Fizemos um estudo para avaliar complicações, qualidade da cicatriz e outros resultados relatados pelas pacientes”, detalha. Até então, a restrição de atividade física no pós-operatório era baseada em uma suposta perspectiva de que o exercício poderia levar a complicações, diminuir a qualidade da cicatriz e prejudicar os resultados.
Os resultados foram satisfatórios; nenhuma paciente precisou de cirurgia de revisão durante o período de acompanhamento (12 meses). A qualidade da cicatriz foi semelhante às que não se exercitaram. “Esses resultados vão na mesma tendência de vários procedimentos na cirurgia e medicina em geral que tem observado que o retorno precoce às atividades diárias é não só permitido, mas também estimulado ” informam os médicos. Filipe ainda ressalta que esses resultados científicos não devem ser extrapolados para pacientes operadas por outras técnicas que não as usadas no estudo. “Cabe a cada paciente conversar com seu cirurgião plástico sobre o que é ou não permitido no seu pós-operatório de cirurgia de silicone mamário”, diz o médico.
Curtas
- Campanha da Sanofi garante água potável para famílias na Amazônia
Uma ação da área de Consumer Healthcare na Sanofi visa ajudar regiões carentes doando água segura para famílias na Amazônia. A diarreia aguda é a segunda maior causa de mortalidade infantil no mundo, tendo como o principal motivo a ingestão de água contaminada, segundo OMS e Unicef. Até o dia 31 de julho, a cada caixa de um dos produtos do probiótico Enterogermina vendida, parte do valor será revertido para compra de filtros de água.
No ano passado, a campanha ajudou 4.911 pessoas, entre elas 840 crianças até cinco anos. Neste ano, os filtros serão doados na região da Várzea em Santarém, no Pará, e TI Munduruku, no Amazonas, regiões que possuem um grave problema de saneamento e acesso à água segura. “Vamos engajar mais uma vez nossos consumidores a uma causa tão importante, que é o combate à mortalidade infantil, além de conscientizar que muitas famílias não possuem formas de saneamento básico, como a água potável”, afirma Marília Zanoli, head de growth hub de consumer healthcare na Sanofi.
- Estudo comprova benefícios da taurina
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) aponta os benefícios da suplementação com o aminoácido taurina na maturidade. A análise, realizada com mulheres com obesidade e idade entre 55 e 70 anos, durante 16 semanas, teve o objetivo de avaliar os efeitos do suplemento sobre os biomarcadores de estresse oxidativo das participantes. “O estresse oxidativo é um processo que acontece em nosso organismo, gerando os radicais livres, e é equilibrado pela ação de enzimas antioxidantes. Mas, em excesso, acelera desde o processo de envelhecimento como também pode contribuir para o desenvolvimento de várias condições patológicas”, explica o médico nutrólogo Nataniel Viuniski, da Herbalife Nutrition do Brasil.
Participantes que fizeram a suplementação diária com 1,5g de taurina apresentaram maiores níveis deste aminoácido e de uma enzima antioxidante no organismo, sugerindo a suplementação como uma estratégia para equilibrar esse processo. Atenta a isso, a Herbalife lançou um suplemento em pó, sem açúcar, um blend de taurina e cafeína, que promove a sensação de energia.
- Queda de cabelo também afeta crianças
O que pouca gente sabe é que crianças e adolescentes de até 14 anos também podem sofrer com queda de cabelo. O alerta é do médico e tricologista Ademir Carvalho Leite Júnior. Ele explica que a queda capilar infantil ocorre, principalmente, devido ao estresse, ansiedade e cobranças da vida. Durante as fases de desenvolvimento infantil e do famoso “estirão” da adolescência, os hormônios estão a todo o vapor no organismo. Isso tem influência direta na saúde dos cabelos e no couro cabeludo também. Casos de ansiedade também provocam queda ou a tricotilomania (mania de arrancar os cabelos), manifestação com incidência crescente nas crianças. Fique atento.
- Hospital das Clínicas de SP em projeto inovador com 5G
O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP vai testar o 5G na saúde. O hospital está com projeto para duas soluções: a AI Rad Companion, que possibilita aumentar a produtividade de exames, como os pré-laudos de tomografia e raios-X, ressonância magnética e radioterapia, já que o tempo de aquisição de imagens será reduzido com o 5G, além de melhorar a qualidade de imagem para o diagnóstico. A segunda é o syngo Virtual Cockpit (sVC), que controla a distância e em tempo real equipamentos de ressonância magnética e tomografia computadorizada, e poderá se beneficiar com a velocidade do 5G.
Para o projeto, o HC conta com parceiros, como Deloitte, Itaú Unibanco, Siemens Healthineers, NEC, Telecom Infra Project (TIP), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
- Inteligência artificial detecta pneumonias por Covid-19 em radiografias
Pesquisadores brasileiros do Senai Cimatec desenvolveram um novo algoritmo de deep learning, com a tecnologia da NVIDIA, que é capaz de detectar pneumonias causadas por Covid-19 em radiografias. Com uma sensibilidade de 85%, a inteligência artificial pode ser usada, por exemplo, em situações em que é preciso apoiar a triagem de pneumonia em pacientes internados em unidades de terapia intensiva com suspeita da doença e que geralmente não podem ser transportados para os centros radiológicos do hospital. Nesses casos, um exame de imagem de raio-X pode ser realizado rotineiramente no leito dos pacientes. Adhvan Furtado, Leandro Andrade, Diego Frias, Thiago Maia, Roberto Badaró e Erick G. Sperandio Nascimento são os responsáveis pelo estudo científico.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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