Prioridade deve ser eleger políticos que vão combater o ‘narconegócio’

Um dos maiores desafios brasileiros é identificar e neutralizar a ação política – muitas vezes imperceptível – da poderosa máfia das drogas no funcionamento da máquina pública, nas eleições e na economia

  • Por Jorge Serrão
  • 08/11/2021 17h32
MOURÃO PANDA/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO urna eletrônica Próximas eleições vão ocorrer em outubro de 2022

Indicadores do mundo real apontam que a economia brasileira retoma o crescimento. Isso acontece apesar do discurso contrário da oposição e da mídia – que difunde dados produzidos pela tecnocracia que vive de manipular números para construir narrativas. O discurso negativista e negacionista da realidade interessa aos inimigos do Brasil. O dever das pessoas de bem e do bem é identificar quem são os agentes conscientes e inconscientes que sabotam o país. Os exterminadores do nosso futuro atendem a interesses particulares mesquinhos ou cumprem a missão canalha de inviabilizar a nação obedecendo a ordens transnacional. Eles operam dentro do mecanismo do crime institucionalizado que mantém o sistema estatal sob refém, inviabilizando a verdadeira soberania brasileira.

Os brasileiros de bem e do bem precisam compreender, definitivamente, que a única saída para o Brasil melhorar é aderir ao capitalismo – não do tipo “selvagem” (especulativo, rentista, improdutivo e desumano), mas no estilo empreendedor, produtivo, focado em soluções sociais sustentáveis. Temos de romper com o modelo ‘capimunista’ (arremedo de capitalismo com muita intervenção estatal em parceria com a cleptocracia e seu braço mais perverso, o narconegócio – que tem braços visíveis e tentáculos quase invisíveis, difíceis de perceber). O combate efetivo a esse sistema criminoso não tem sucesso na mera repressão policial. É fundamental que seja combatido de forma estrutural – com emprego intensivo de estratégias e táticas políticas, econômicas e psicossociais.

O narconegócio poupa ninguém. Manda no Brasil mais do que a maioria das pessoas consegue imaginar. Exerce efetivo poder político, econômico e “ideológico” a partir do estamento burocrático. Fatura alto no regime do crime institucionalizado – definido como a associação delitiva entre criminosos de toda espécie e a máquina estatal, envolvendo membros dos poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário e Militar), no âmbito da União, Estados e Municípios. O narcobusiness investe pesadamente na política e na economia (formal e informal). O perigo é que tal influência não é identificada e, por consequência, acaba não sendo reprimida de forma eficiente, eficaz e efetiva. Essa máfia sofisticada conquista hegemonia e exerce poder de fato porque age, politicamente, a partir da oligarquia.

Essa bandidagem não será neutralizada em passe de mágica. Por isso, é fundamental uma ação e reação feita pelo cidadão-eleitor-contribuinte. A arma primária é o voto correto. Em 2022, precisamos eleger melhor os representantes políticos. O foco principal deve ser a eleição de 27 senadores com perfil máximo de honestidade e compromisso com as mudanças estruturais. Não adiante eleger (ou reeleger) um Presidente da República com base parlamentar débil ou comprometida pela cleptocracia. O jogo é nada fácil. Afinal, o narconegócio fará de tudo para emplacar seus representantes nos mais variados “partidos” (quantos mais, fica mais fácil e melhor para a bandidagem). A narcopoliticagem tem dinheiro ilícito sobrando para a “compra de votos” e outras “aquisições de consciência” dentro da máquina estatal corrompida (ou corruptível).

Neutralizar e vencer o narconegócio é a prioridade máxima do Brasil, que precisa se tornar, de fato, um país capitalista. Assim, os passos fundamentais, além de eleger representantes com qualidade e o máximo de honestidade (mesmo que isso pareça um milagre), é fundamental um investimento em uma nova mentalidade, mais empreendedora, para romper com a “Estadodependência” (facilitadora de todas as formas de corrupção). Fiquemos atentos, pois o novo Auxílio Brasil pode trazer uma novidade: o assistencial combinado com contrapartida de responsabilidade social, produtiva e empreendedora. Torçamos por esse milagre. O narconegócio fará de tudo para atrapalhar.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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