ABC+: Governo abre consulta pública para programa de agricultura de baixo carbono
Programa está baseado no tripé mitigar gases de efeito estufa, adaptar mudança do clima e gerar oportunidades de negócios
O ABC+ é a nova fase do ABC, o programa de agricultura de baixa emissão de carbono. A política pública completou 10 anos em 2020 e agora está com novas tecnologias e metas mais ambiciosas. Na primeira etapa, agricultores utilizaram 52 milhões de hectares de sistemas de produção que reduziram os gases de efeito estufa, como adoção de florestas plantadas, tratamento de dejetos animais, utilização de integração lavoura, pecuária, entre outros. Para você ter uma ideia, essa área de agricultura com as práticas de baixo carbono equivale a 1,5 vezes a dimensão da Alemanha. Ou seja, é muita coisa! Mesmo com os avanços significativos, na nova década, o objetivo do ABC+ é expandir a atuação para 72 milhões de hectares e incorporar práticas sustentáveis como as tecnologias de sistemas irrigados e a terminação intensiva de bovinos.
Segundo a Diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Mariane Crespolini, a iniciativa evidencia como conservar e produzir é possível. “O ABC+ traz com mais força uma agropecuária mais adaptada à mudança do clima. Então, o setor é muito chave tanto para remoção dos gases do efeito estufa, quanto para a garantia da segurança alimentar. Aí quando a gente fala em segurança alimentar é produzir em quantidade e com preços acessíveis. Por isso ele é muito importante”. O ABC+ está baseado no tripé: mitigar gases de efeito estufa, adaptar mudança do clima e gerar oportunidades de negócios. A sociedade poderá contribuir fazendo sugestões ao programa a partir da consulta pública aberta pelo governo que vai até o fim do mês. O sucesso das práticas de agricultura de baixo carbono será comunicado pelo Brasil na Conferência do Clima, a COP 26, que acontece em novembro, na Escócia. “Para a agropecuária, o ABC é um dos carros-chefe que serão levados para COP, além de outros como CAR e regularização ambiental das propriedades”, explica Mariane. O Brasil do agronegócio é pioneiro na adoção de tecnologias para sequestro de carbono. É bom que comuniquemos isso ao mundo na COP. É bom também que avancemos em eixos estratégicos, como o monitoramento dessas boas práticas, afinal não basta dizermos que o país é uma potência agroambiental, é preciso apresentar resultados e provas.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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