Agro monitora efeito eleição no dólar
Alta volatilidade e as diferentes projeções para o câmbio têm mantido o agro em constante monitoramento a fim de melhorar a gestão do negócio
A menos de 30 dias das eleições no Brasil, um dos temas mais monitorados no agro são as tendências para o dólar. Isso porque a moeda norte-americana impacta na formação de custos de produção e também no preço de vendas de alimentos exportáveis e consequentemente na expectativa de rentabilidade do setor agro. Até o momento, as projeções estão variando bastante entre os bancos e corretoras. Há quem coloque mais peso no cenário global e alta de juros lá fora para formar a projeção de câmbio, enquanto outros avaliam que fatores domésticos, como a melhora dos indicadores econômicos brasileiros, pesarão mais de agora em diante na formação da taxa. A XP tem expectativa de dólar a R$ 5 no fim do ano, diz que o cenário projetado, incorpora certa redução no prêmio de risco após as eleições no Brasil e considera sinais mais claros sobre a política monetária nas principais regiões do globo. Na outra ponta, o banco BTG Pactual vê um quadro de alta para o dólar em relação ao real ao longo dos próximos três meses e aponta o cenário externo mais desafiador como justificativa para os R$ 5,30 projetados para o fim de 2022.
A alta de juros nos Estados Unidos, a crise energética na Europa, a desaceleração da economia da China e a incerteza eleitoral pesam sobre o real e podem ajudar na valorização do dólar. De outro lado, a melhora dos indicadores econômicos no Brasil como o recuo da inflação e retomada econômica evitam queda maior da moeda nacional. No meio do caminho entre as projeções da XP e do BTG, por exemplo, a pesquisa Focus na mediana das opiniões do mercado financeiro indica um dólar a R$ 5,20 para o fim deste ano. Na véspera do feriado, o dólar subiu mais de 1,63% refletindo a piora no cenário externo e encerrou a R$5,23. A alta volatilidade e as diferentes projeções para o câmbio têm mantido o agro em constante monitoramento a fim de melhorar a gestão do negócio e tentar diminuir riscos da operação agrícola em ano de eleição.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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