Com perda por geada, preço do café supera R$ 1.000 por saca no Brasil
Desafios trazidos pelo tempo frio se somam aos da seca que já havia impactado importantes áreas de cafés brasileiros
Os preços do café negociados no mercado internacional acumularam altas superiores a 12% na Bolsa de Valores de Nova York nesta semana. Só no pregão desta quinta-feira, 22, o contrato com vencimento em setembro subiu 10,03% e fechou no mais alto nível desde 2014 — valendo US$ 1,93 por libra-peso. No Brasil, na lousa de algumas cooperativas, o preço do café ficou cotado acima de R$ 1.000 por saca para arábica bebida dura para melhor. Por que os preços subiram tanto? O gatilho para a puxada na cotação da bebida foram as geadas que atingiram os cafezais por aqui nos últimos dias. O Brasil responde por um terço da produção de café do mundo, é o maior produtor e exportador do planeta. O que significa dizer que os problemas climáticos que atingem a produção reverberam no mercado global, trazendo impactos importantes no potencial de oferta para os próximos meses.
Neste momento, os agricultores estão medindo os danos deixados pelas geadas. Mas está no radar do mercado a possibilidade de impactarem o potencial produtivo em 2022. Os desafios trazidos pelo tempo frio se somam aos da seca que já havia impactado importantes áreas de cafés brasileiros. Com oferta menor da safra brasileira, o quadro mundial ficará mais ajustado e consultorias projetam que o país precisará revisar a exportação. Para a safra 21/22 há projeção de déficit entre produção e consumo. Com estoques finais de café em baixa, a projeção é que seja confirmada a menor relação estoque/consumo dos últimos 10 anos.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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