Consumo de café vai crescer em 2022

Projeções são de alta na demanda brasileira e global da bebida; consumidor deve ver reajustes de preço

  • Por Kellen Severo
  • 29/11/2021 09h10
Pixabay/Negative-Space grãos de café No Brasil, o número de sacas de café consumidas na temporada 2021/22 pode chegar a 21,5 milhões

A oferta de café ainda é limitada, mas a demanda está se consolidando nestes primeiros momentos do mundo pós-pandemia. A reabertura do comércio e a retomada econômica estão colaborando para acelerar o consumo. De acordo com o Rabobank, nos últimos 12 meses, os estoques de café caíram 8,5% na Europa, 5,9% nos Estados Unidos e 7% no Japão. Embora ainda existam preocupações com a Covid-19 nessas regiões, por conta do recente aumento de casos ou surgimento de novas variantes, principalmente com a aproximação do inverno no hemisfério norte, a estimativa ainda é otimista, destacou o banco holandês. A projeção é de incremento de 2,4% no consumo global em 21/22, com 168,8 milhões de sacas. No Brasil, o número pode chegar a 21,5 milhões de sacas consumidas na temporada 2021/22, o que será 0,5% superior ao ciclo 2020/21.

Esse cenário de consumo aquecendo e oferta de café menor, depois de quebras de safra em regiões produtoras importantes, como aqui no país, resultou em preços altos. No acumulado das três primeiras semanas de novembro, a valorização da saca tipo arábica chegou a 10,86% na comparação com o mês anterior, sendo negociada a R$ 1.392,66 no dia 19 de novembro, – um novo patamar recorde. No ano, a alta é de 126%. O mesmo cenário é observado no café conilon, que teve ganhos de 5,39% nas três primeiras semanas do mês. Os cafeicultores viram o período se encerrar com a saca valendo R$ 812,60, um dos mais altos valores já registrados no indicador Cepea. Para o próximo ano, o cafézinho deverá sofrer reajustes, já que torrefadores devem repassar ao consumidor o aumento dos custos de matéria-prima e gargalos logísticos devem continuar impactando o fluxo global de café.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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