Demanda por proteína animal crescerá na China

Aumento da classe média e grande população gerarão alta de 1% ao ano até 2026, aponta consultoria McKinsey

  • Por Kellen Severo
  • 08/03/2023 10h00
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Divulgação/Abiec Para retomar as exportações de carne in natura para os Estados Unidos, frigoríficos de bovinos e suínos de seis estados brasileiros -- São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul -- começam a receber na próxima segunda-feira, dia 10 Relatório da consultoria McKinsey indica que consumo de carne bovina deve crescer em um ritmo de 2% até 2026 na China

A China é o maior mercado consumidor de carne do mundo e também o principal parceiro comercial do agro do Brasil. Por isso, entender o perfil de consumo do chinês é importante para avaliar oportunidades futuras neste mercado. A consultoria McKinsey divulgou um estudo em que projeta aumento na demanda por proteína animal, na ordem de 1% ao ano desde 2022 até 2026. Entre os fatores que explicam a possibilidade de avanço na demanda por carnes estão o aumento da classe média e a grande população do país asiático. Em 2021, o chinês consumiu 100 milhões de toneladas de carne, 27% do total do mundo. No entanto, o consumo per capita por lá ainda fica atrás dos países ocidentais.

Atualmente, a proteína animal mais consumida na China é a de suíno (57 milhões de toneladas em 2021), representando 60% do total de carne consumida no país. Em segundo lugar vem a carne de frango (25 milhões de toneladas em 2021) e depois a de bovino (9 milhões de toneladas). A carne bovina revela potencial de avanço e a expectativa é de crescimento. Os consumidores chineses, especialmente aqueles com capacidade financeira, consideram a carne bovina mais saudável que a de suíno e enxergam no preço alto um sinônimo de produto premium. Se a renda crescer, podemos ver mais migração do consumo de suíno para bovino.

Em relatório, a empresa indica que quase um terço dos chineses entrevistados planejam reduzir o consumo de carne suína. Já o consumo de carne bovina deve crescer em um ritmo de 2% até 2026 e o de aves, 1%. Essa mudança de hábito é justificada, por exemplo, por uma perspectiva de melhora na renda da população chinesa devido à urbanização. Até 2025, a expectativa é que o número de famílias em áreas urbanas da China que possuem os maiores rendimentos suba de 39% para 54%.

Outro ponto destacado no estudo revela uma oportunidade para o setor de carnes do Brasil: os chineses indicaram na pesquisa que ao comprar carne bovina, eles levam menos em conta o preço do produto e mais a segurança, saúde, qualidade e sabor que o alimento proporciona. Diferente de países como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, onde o fator preço estava em primeiro lugar no item para tomada de decisão. O Brasil tem oportunidades para continuar a explorar o mercado de proteína animal na China. A carne bovina tem espaço e o agronegócio brasileiro já percebeu isso.

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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