Estiagem castiga lavouras no Sul do Brasil: ‘Trinta dias sem nenhuma chuva grande, só garoa’
Os problemas na safra brasileira de soja, no entanto, ainda são pontuais; há expectativa de que as primeiras colheitas da temporada 2021/22 comecem já na semana do Natal
O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de soja no Brasil. Lá, a estiagem está prejudicando as lavouras. Alguns agricultores como Rafael Fontana, que planta em Jóia, no noroeste do Estado, já registram perda no potencial de produção. “Muito triste a situação que assola o Rio Grande do Sul: 30 dias persistindo sem nenhuma chuva grande, só garoas.” E o que esperar nos próximos dias? De acordo com a Rural Clima, as chuvas ficarão abaixo da média no Sul até o fim do ano. A previsão é de que o tempo siga firme até o próximo dia 13, e a tendência é que as frentes frias passem rapidamente pelo território gaúcho, sem reverter o quadro de seca influenciado pelo fenômeno La Niña.
O Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS) afirma que 80% da safra de soja já foi semeada, e as regiões centro e noroeste são as mais afetadas pela falta de chuva. Se nos próximos dias as chuvas agrícolas não se confirmarem, as plantas morrerão e agricultores vão precisar sair em busca de novas sementes para plantar tudo novamente. O que significa perdas financeiras importantes em tempos de alto custo de produção e escassez de insumos. No Paraná, terceiro maior produtor de soja do Brasil, há restrição hídrica sendo monitorada com atenção pelos agricultores. Até o momento, dados do Departamento de Economia Rural apontam que 1% das lavouras estão em condições consideradas ruins, 8% medianas e 91% boas.
Vale dizer que os problemas na safra brasileira de soja ainda são pontuais. As condições gerais da produção brasileira são boas, e, em Mato Grosso, campeão nacional de produção, há expectativa de que as primeiras colheitas da temporada 2021/22 comecem já na semana do Natal. Torçamos para que a chuva retorne ao Sul e favoreça a produção nas regiões que precisam de umidade. Se as condições climáticas ajudarem, o Brasil renovará o recorde de produção, com mais de 140 milhões de toneladas do grão, que é a principal commodity agrícola do país.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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