Inteligência artificial detecta plantas doentes

Máquina que imita o cérebro humano detecta ferrugem da soja com alta precisão

  • Por Kellen Severo
  • 01/03/2023 09h00 - Atualizado em 02/03/2023 09h15
Divulgação/Macnica DHW Equipamento desenvolvido para detecção de plantas doentes Com uso de um capacete, sistema compreende o padrão de funcionamento do cérebro de fitopatologistas no momento em que eles veem a imagem de plantas doentes

Um equipamento que imita o cérebro humano para detectar doenças nas plantas começou a ser testado no Brasil em 2022. Com inteligência artificial, a máquina detecta no estágio inicial problemas como a ferrugem asiática na soja, uma doença causada por um fungo e que pode trazer perdas de rendimento na safra. Esse trabalho está sendo feito em parceria entre a Embrapa e a empresa japonesa Macnica DHW e a israelita InnerEye. Com o uso de um capacete, o sistema compreende o padrão de funcionamento do cérebro de fitopatologistas no momento em que eles veem a imagem de plantas doentes. Aí, ele automatiza a rotulagem e torna a etapa mais rápida e eficiente. Em 30 minutos foram rotuladas mil imagens, o que no sistema manual levaria dias. A ideia da máquina é simular o mais próximo possível o cérebro de um profissional quando identifica a doença e toma uma decisão. O capacete com os eletrodos na cabeça do especialista é usado para identificar os sinais neurológicos e o sistema aprende como a pessoa funciona e começa a rotulagem das plantas.

Os experimentos foram feitos com soja e podem evoluir para outras culturas como milho e café. Com a inteligência artificial, há perspectiva de que o reconhecimento de doenças e o manejo sejam mais rápidos. Além disso, a máquina poderá contribuir para reduzir a dificuldade de acesso à mão-de -obra especializada. No futuro, esse tipo de tecnologia poderá estar em aplicativos de celulares, máquinas agrícolas e outras formas para uso no dia a dia do campo. No caso da soja, a ferrugem é a doença mais severa que atinge a planta. Segundo dados da Embrapa, os custos com a doença ultrapassam US$ 2 bilhões por safra no Brasil. Com a chegada de ferramentas que unem inteligência artificial e manejo, espera-se uma redução nas cifras e ganhos de eficiência no campo. Pesquisadores da Embrapa afirmam que a tecnologia pode evoluir a tal ponto que qualquer problema de classificação em campo pode ser resolvido com esse tipo de ferramenta. Estamos no começo dessa revolução da inteligência artificial aplicada na agricultura.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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