Petróleo cai, mas diesel pode subir no Brasil
Aumento de imposto em 2024 vai ultrapassar R$0,40 por litro
O petróleo tipo brent recuou mais de 5% no mercado internacional e atingiu o menor patamar desde julho, com negociações abaixo de U$S 80 dólares o barril. As incertezas com o ritmo de crescimento da economia global e preocupações com demanda mais fraca em 2024 ajudam a explicar a queda. O movimento baixista no preço do óleo pode se reverter, caso a guerra entre Hamas e Israel escale para outros países do Oriente Médio. Há projeções que apontam para US$ 150 por barril, nesse cenário. Apesar das altas e baixas do petróleo no mercado externo, aqui no Brasil uma situação é dada como certa: o aumento de imposto que incidirá sobre os combustíveis já no começo de 2024. A projeção da consultoria Posto Seguro aponta alta de R$ 0,46 por litro de diesel, sendo R$ 0,11 centavos de ICMS e R$ 0,35 de PIS/Cofins.
Em cálculo semelhante, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), aponta para acréscimo de R$ 0,42 por litro com o aumento do ICMS e o retorno da incidência de PIS/COFINS. “O que dá para dizer é que a partir de fevereiro, com a volta do PIS/Cofins e ICMSs, o consumidor brasileiro vai pagar mais tributos sobre o litro do combustível, mas não necessariamente pagar mais pelo produto”, me disse Pedro Rodrigues, diretor do CBIE. Isso porque a formação do preço do diesel leva em consideração a cotação do barril do petróleo, o câmbio e o preço praticado pela Petrobras. O diesel é um dos mais importantes custos de produção do agro, especialmente em períodos de colheita e escoamento da safra, como ocorre no início do ano. Ou seja, impacta diretamente nas despesas dentro da porteira e na formação de fretes para levar a produção da fazenda até os portos, por exemplo.
A preocupação com custo de combustível se soma a outro fator: as consequências do El Niño sob a infraestrutura de escoamento, especialmente das exportações. A seca e o excesso de chuva já afetam a capacidade de transporte e criam gargalos no escoamento. A maior preocupação é com os portos, que podem ter mais filas de navios e aumento nos custos das demurrages, que são taxas por atraso, apontou a Esalq/Log. O novo ano ainda nem começou, mas é bom já priorizar o gerenciamento dos riscos, especialmente aqueles ligados aos custos de combustível e escoamento da produção agrícola brasileira.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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