Safra de soja começa em 40 dias no Brasil e agricultores monitoram risco para insumos

Semeadura da nova safra de soja do Brasil começa em setembro em áreas do centro-oeste do país; consultorias estimam recorde de produção e aumento de área de 5% em relação à temporada anterior

  • Por Kellen Severo
  • 09/08/2021 10h00
Pixabay mão segurando porção de soja Brasil é o principal produtor e exportador mundial de soja e deverá consolidar a posição se as condições climáticas contribuírem

Em aproximadamente 40 dias as máquinas entrarão em campo para dar início ao plantio da safra de soja 2021/2022. O centro-oeste do país costuma tomar a dianteira e semear a partir de 15 de setembro, quando o vazio sanitário é encerrado em estados como Mato Grosso, por exemplo. Na nova temporada, o Brasil aumentará a área destinada à soja e há expectativas para o atingimento de um novo recorde de produção. Dados da consultoria Datagro apontam incremento de 4% nos campos destinados à cultura e colheita de 144 milhões e 100 mil toneladas, uma marca histórica e 5% maior do que a observada na safra 20/21. A rentabilidade positiva pelo décimo quinto ano consecutivo é um dos fatores que aumenta o interesse na soja. O Brasil é o principal produtor e exportador mundial e deverá consolidar a posição se as condições climáticas contribuírem.

Com a pandemia, muitos agricultores anteciparam a compra de insumos para evitar riscos na entrega e também para aproveitar a relação de troca favorável. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada indicam que 90% dos fertilizantes já foram comprados. Os defensivos também estão com negociações adiantadas. O desafio agora é garantir que os produtos cheguem no tempo certo nas fazendas para que os trabalhos de campo sigam o calendário adequado e a produção atinja o máximo potencial de produção. De acordo com o pesquisador do Cepea, Mauro Osaki, as incertezas relacionadas ao avanço de casos da variante Delta em países como Índia e China mantêm o produtor em alerta dado o risco de ruptura na cadeia de abastecimento. “Dependemos do mercado internacional, a matéria prima vem da China e da Índia e a variante Delta começa a gerar incertezas. Espero que não haja interrupção das fábricas que bloqueie o fornecimento para nós. Esses dois países temos que monitorar.” Uma safra de oportunidades está a caminho. O Brasil está preparado para garantir a segurança alimentar do seu povo e ainda gerar excedentes exportáveis que contribuem para a economia do país. Se as condições climáticas ajudarem, o país terá um novo recorde de produção de soja.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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