Seca no rio Mississipi afeta agro nos Estados Unidos e pode gerar oportunidade ao Brasil
Baixo nível fluvial impacta transporte no principal canal de exportação de soja e milho com destino ao mercado global
O baixo nível do rio Mississipi está afetando o transporte de soja e milho nos Estados Unidos. O rio, o maior da América do Norte, é também o principal canal de exportação de grãos norte-americanos com destino ao mercado mundial. Com a seca, o nível da água baixou para os menores patamares desde 2012 e isso está diminuindo o fluxo de cargas via navios e barcaças. Uma das consequências já observada foi a alta nos custos logísticos pelo rio. Em relação ao ano passado, está valendo 41% a mais fazer o transporte de Iowa ou Illinois até o Golfo do México, com a tonelada custando cerca de US$ 65. Caso o nível fluvial siga recuando e o importador tenha dificuldades para acessar a soja dos EUA por conta do problema de transporte via Mississipi, o agricultor brasileiro pode ser chamado a suprir parte da demanda global. Mas, de acordo com a consultoria AgRural, se ocorrer algum incremento de venda da soja brasileira, será de pouco volume. Os norte-americanos estão colhendo a safra de grãos neste momento e precisam de barcaças disponíveis para garantir o escoamento da produção ao mercado global. Há preocupações, também, de que se o nível do rio não voltar a subir nos próximos meses, o fluxo de fertilizantes para os americanos seja impactado, apontou a consultoria AgResource. Os Estados Unidos são um dos principais concorrentes do Brasil no mercado agrícola mundial. Problemas logísticos que geram perda de competitividade por lá podem refletir na formação de preços e gerar alguma oportunidade por aqui.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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