Super El Niño a caminho? Agro monitora efeitos

Agência climática dos EUA atualizou previsões para o fenômeno

  • Por Kellen Severo
  • 14/07/2023 11h00 - Atualizado em 14/07/2023 11h06
Imagem de DJI-Agras por Pixabay Imagem aérea mostra um drone sobrevoando um extenso campo agrícola, por onde passa um trator O agronegócio é fortemente impactado por mudanças nos fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña

A agência climática dos Estados Unidos (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, NOAA, na sigla em inglês) atualizou a previsão de ocorrência do El Niño em relatório publicado nesta quinta-feira. As chances do fenômeno incidir sobre a safra de verão brasileira superam 90%. Um evento que se torne “historicamente forte”, ou seja, um Super El Niño tem uma chance de aproximadamente 1 em 5, segundo a NOAA. Quando as temperaturas das águas do Oceano Pacífico Equatorial superam os 2ºC, é possível concluir que trata-se de um Super El Niño. Nos últimos 50 anos, tivemos três “Super El Niños”, o mais forte foi em 2015, revela a consultoria agrícola Datagro.

O agronegócio é fortemente impactado por mudanças nos fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña, por exemplo, pelo potencial que ambos têm de alterar o regime de chuvas e impactar na produção agrícola brasileira. O El Niño tradicionalmente aumenta o volume de chuva em áreas do Sul e diminui em parte do Centro-Norte. O alerta é para o caso da configuração de um fenômeno de alta intensidade aumentar a gravidade de enchentes ou falta de chuvas. Os principais modelos de previsões usados pela consultoria Pátria Agronegócio colocam a projeção de uma anomalia de até +2,8ºC, ou seja, o que configura um Super El Niño. Entre os efeitos previstos pela empresa para a safra brasileira, estão: (1) antecipação da chegada das chuvas plantadeiras para a safra verão; (2) falta de chuva no Centro, Norte e Nordeste no verão; (3) antecipação do fim das chuvas no Centro-Norte do país, que tradicionalmente ocorre no início de maio poderia ser antes.

“Com a presença do Super El Niño, podemos ver chuvas na região central do país chegando ao fim de Agosto e início de Setembro. E totais pluviométricos abaixo da média para o Centro do Brasil em  Novembro, Dezembro e Janeiro. “Um Super El Niño” é tido como um ponto de atenção para a redução da oferta de 2024 aqui no Brasil e a confirmação do fenômeno reduz o potencial produtivo deste próximo ciclo safra”, explica o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira. De acordo com a Agência do Clima dos EUA, o pico do El Niño quase sempre ocorre em novembro-janeiro. Estima-se que há cerca de 80% de chance de que este El Niño possa atingir o pico com intensidade moderada. Há 50% de chances de um El Nino forte e uma chance de 20% de um El Niño muito forte, ou “Super El Niño”. Vamos esperar para ver.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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