Saiba quais são os materiais que aumentam risco de queimadas

Além das bitucas de cigarro, itens comuns como latas e vidro podem gerar focos de incêndio em períodos de calor extremo e seca

  • Por Patrícia Costa
  • 12/09/2024 07h55
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GABRIELA BILO/ESTADÃO Queimada em Matupi, sul do Amazonas Criminoso ou acidental, a maioria dos incêndios é provocada por seres humanos

Os incêndios acidentais são uma das principais causas de destruição ambiental, e, muitas vezes, estão associados a ações simples do nosso cotidiano que passam despercebidas. A bituca de cigarro é o exemplo mais comum, mas muitos outros materiais são igualmente perigosos, especialmente em períodos de calor intenso e baixa umidade do ar, como os que estamos enfrentando. Materiais como latas de alumínio e pedaços de vidro descartados no meio ambiente podem parecer inofensivos, mas atuam como lentes, concentrando a luz solar em um único ponto. Esse processo, conhecido como efeito lupa, pode iniciar pequenos focos de fogo, que em áreas secas, se espalham rapidamente, devastando grandes áreas. Isso é particularmente preocupante em locais como parques, terrenos baldios e rodovias, onde o descarte irregular de lixo é frequente. Fogos de artifício também entram na lista de causadores de incêndios, principalmente em épocas festivas. Embora sejam parte da nossa cultura de celebração, o uso irresponsável desses artefatos em áreas próximas à vegetação seca pode ser desastroso. Para se ter uma ideia, em períodos como o Ano Novo e as festas juninas, os números de incêndios aumentam significativamente, colocando em risco tanto o meio ambiente quanto a segurança das pessoas. Além desses materiais, substâncias inflamáveis como álcool, solventes e tintas, quando mal armazenadas, podem ser gatilhos de incêndios em ambientes domésticos e industriais. O calor excessivo em locais mal ventilados ou a exposição ao sol transforma esses produtos em verdadeiras bombas-relógio.

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Os impactos são devastadores. No âmbito ambiental, os incêndios florestais destroem habitats inteiros, matando a fauna e afetando a flora local. A poluição gerada pelas queimadas contribui para o aquecimento global, agravando ainda mais o ciclo de destruição. Além disso, a fumaça gerada por esses incêndios afeta diretamente a qualidade do ar, agravando problemas respiratórios, como asma e bronquite. Um estudo da Sociedade Brasileira de Pneumologia aponta um aumento significativo nos atendimentos hospitalares durante esses períodos de incêndio, com surtos de doenças respiratórias atingindo a população. Em estados como São Paulo, onde a qualidade do ar já é um problema, o acúmulo de fumaça intensifica essa crise, pressionando ainda mais o sistema de saúde.

A prevenção desses incêndios acidentais é, na maioria das vezes, simples. Apagar corretamente bitucas de cigarro, evitar descartar vidro e alumínio em locais inadequados, e armazenar substâncias inflamáveis em condições seguras são medidas que podem fazer a diferença. Além disso, campanhas educativas e uma fiscalização mais rigorosa sobre o descarte de lixo e uso de fogos de artifício seriam fundamentais para mitigar esses riscos. Infelizmente, as políticas públicas voltadas para a prevenção de incêndios ainda são insuficientes. Mesmo com as constantes ondas de calor, programas de conscientização e iniciativas governamentais para controlar esses focos de incêndio são tímidos e pouco eficazes.

O resultado é um ciclo de destruição que impacta a economia, a saúde pública e o meio ambiente. Os incêndios acidentais são uma realidade que pode ser combatida com mais educação, fiscalização e uma mudança nos hábitos diários de todos nós. Com o aquecimento global intensificando os eventos climáticos extremos, o desafio é claro: agir agora para evitar que tragédias maiores aconteçam no futuro.

 

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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