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Quem gosta de pobre é franciscano, a esquerda gosta mesmo é de privilégios e poder

SP - SABESP/PRIVATIZAÇÃO/ALESP/APROVAÇÃO - ECONOMIA SP - SABESP/PRIVATIZAÇÃO/ALESP/APROVAÇÃO - ECONOMIA - Policiais usam cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo para conter manifestantes na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na região sul da capital paulista, durante sessão extraordinária que discutia a votação do projeto de lei (PL) 1501/2023 sobre a privatização da Sabesp, nesta quarta-feira, 06 de dezembro de 2023. Em uma sessão esvaziada após a ocorrência de confronto, a base aliada do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) conseguiu aprovar a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

Vendo a baderna criminosa patrocinada pela esquerda na Alesp, na última quinta-feira, entre cassetetes policiais, socos mal dados, gritaria histérica de militantes idiotas, resultando em alguns presos e policiais feridos, só conseguia pensar: “Como a esquerda odeia os pobres”. Se existe um fato plenamente observável na história da economia moderna é que o estatismo não só é mais caro, é mais corrupto, é mais suscetível a desmandos políticos, é menos tendente a atualizações, melhorias e valorização. Prometo não citar A Riqueza das Nações aqui, mas sabemos ‒ pelo menos desde Adam Smith ‒ que a ausência de competitividade mercadológica atrasa, encarece e prejudica o consumidor final, sempre.

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A regra é clara: no Brasil, estatais servem para pendurar cabides de emprego, para barganhar apoios políticos no Congresso, para esfarelar os caixas em nome de decisões políticas de momento e, é óbvio, para propagandear às massas militantes uma riqueza “do povo” à qual eles nunca têm acesso real ‒ e, no fim, ainda pagam os boletos das incompetências e corrupções administrativas desses elefantes brancos. Tendo tudo isso em mente, fato tão notório que abdico conscientemente de notas de rodapés e citações jornalísticas, já é sabido que, somente este ano, os rombos nas estatais superarão os R$ 6 bilhões. O boleto disso chegará a todos, também aos pobres, talvez até, principalmente aos pobres. Quem é contra a privatização é diretamente contra o pobre! É preciso popularizar tal verdade, pelo bem de todos.

Mas que a esquerda “caga e anda” para o pobre, e isso não é novidade. Marx era sustentado por um capitalista com fetiche comunista; a revolução bolchevique só foi realizada com dinheiro capitalista alemão; a revolução cultural chinesa foi, em suma, um ato de ganância econômica de Mao Tsé Tung em busca de poder bélico, gerando milhões de chineses mortos por inanição; aquilo que chamo de “esquizofrenia ideológica”, ou seja, o desalinho da pregação esquerdista com a realidade é óbvio para todos que têm um cérebro um pouco mais funcional do que de um ornitorrinco. Atualmente, o progressismo brasileiro ‒ a versão 2.0 do antigo marxismo sindical, isto é, o esquerdismo das torres de marfim importado das universidades europeias ‒ fez sua escolha prioritária pelas centenas de minorias que pululam a sociedade em detrimento dos pobres. Hoje seus pupilos são os gays ‒ que não votaram em Bolsonaro ‒, os travestis ‒ que não votaram no Bolsonaro ‒, os negros ‒ que não votaram no Bolsonaro ‒, os gordos ‒ que não votaram em Bolsonaro ‒, os trans extra-não-binários-de-Osasco ‒ que não votaram no Bolsonaro ‒ etc. 

É claro, há um motivo para isso, o pobre brasileiro ‒ na sua maioria ‒ é profundamente conservador e cristão, a mulher pobre sonha mais em ter filhos do que em mostrar as tetas na Avenida Paulista no sábado à tarde… erro crasso, diria o PSOL. Como defender uma turba de ranhentos agradecidos por terem empregos numa multinacional capitalista? Como a esquerda poderia aguentar homens e mulheres que defendem uma moral cristã, ao invés de uma revolução moral desconstrucionista? Como poderia a trupe da esquerda alucinógena desculpar mulheres que querem ser donas de lares, ter muitos filhos e ir à missa aos domingos, ao invés de militarem pelo “direito” de matarem suas próprias proles no útero? Para tudo há um limite, até para o esquerdismo.

E como a esquerda universitária do século XX definiu que a luta deveria ser majoritariamente no campo cultural e moral, “os pobres que nos desculpem”, consigo imaginar Derrida, Sartre e Habermas dizendo, “mas não é possível destruir a moral burguesa com evangélicos, classe média empregada e grávidas felizes, precisamos antes de pessoas que sequer conseguem definir o que é real a fim de usá-las na subversão da moral vigente, para relativizar valores perenes do Ocidente e desconstruir conceitos humanos arraigados”. Não se faz uma revolução com proletários conservadores e mulheres da Assembleia de Deus, é preferível, assim, os militantes riquinhos, desconstruídos e confusos do Leblon e do Itaim Bibi.

Aquilo que vimos quinta na Alesp trata-se da convulsão da sobra do esquerdismo tradicional, aquele sindicalismo saudosista de funcionários públicos militantes, temperado com jovens universitários engajados em lutas que mal conhecem, repetindo a esmo dogmas sobre os quais jamais refletiram sequer dez minutos depois do almoço. O neoesquerdista, isto é, o progressista, está pouco se lixando para privatizações; pode até protestar contra elas no Twitter para ganhar aquelas estrelinhas de “bom gadinho de Lula”, mas no fundo ele usa cueca da Zara, comprada pela mãe, dirige um Mercedes, dado pelo pai, e reclama da demora dos correios na entrega de seu novo boné do MST, comprado com sua mesada, na loja virtual daquele movimento. Viva o capitalismo…

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