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Há 40 anos, Afif Domingos profetizou o risco dos comunistas no poder

Secretário Extraordinário de Planejamento Estratégico, Guilherme Afif Domingues, no lançamento do novo Jovem Aprendiz Paulista

Depois que Lula, Flávio Dino e Edson Fachin declararam que são comunistas, me transportei para um dos mais instigantes eventos de que participei. Nessa minha volta ao passado, tive a impressão de estar ouvindo as palavras vaticinantes de Guilherme Afif Domingos pronunciadas há 40 anos. Impressionante como ele conseguiu antever em quatro décadas o que poderia acontecer no país. Era noite de gala na capital de São Paulo. Homens e mulheres, que compunham a nata da classe empresarial brasileira, compareceram ao sofisticado Hotel Maksoud Plaza. Estavam ali para prestigiar o então presidente da Associação Comercial de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. Ele receberia o prêmio “Homem de Visão 85”. Por que as palavras de Afif, pronunciadas há quase 40 anos, poderiam ser consideradas proféticas? Afif chocou os brasileiros ao afirmar em seu discurso de agradecimento que talvez já fosse tarde para preservar a liberdade no nosso país: “Creio que chegou a hora, se é que já não se faz tarde, de passarmos da retórica, do autoconvencimento, do discurso para a união e mobilização da classe empresarial e de todos aqueles que se preocupam em preservar a liberdade no Brasil, para a ação prática de sensibilização da opinião pública, para as nossas teses”.

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O empresário se mostrava preocupado com a falta de iniciativa dos dirigentes empresariais em comparação com aqueles que agiam como inimigos da livre empresa. Disse que “enquanto os empresários, profissionais liberais e cidadãos, que acreditam no regime de democracia econômica, assentado na economia de mercado, trocam ideias em ambientes fechados, os adversários pregam suas teses aos trabalhadores, aos estudantes, ao povo humilde, em um trabalho de catequese possível de ser constatado dentro dos próprios lares”. Boa parte da sociedade não levava a sério o plano idealizado pela esquerda para um dia tomar o poder. Imaginavam, possivelmente, que bastava alardear que “os comunistas comiam criancinhas” para afastar o perigo. As palavras de Afif chacoalharam aquela plateia e reverberaram em toda a sociedade. Apesar do puxão de orelhas, entretanto, continuaram incrédulos e observando de longe as manifestações daqueles que passaram a ser chamados de progressistas.

Hoje, quatro décadas depois, suas palavras se tornam realidade. Muitos daqueles que estão no poder do país declaram ser comunistas. A começar pelo presidente Lula. Em junho deste ano, ao participar do 26º Encontro do Foro de São Paulo, em Brasília, Lula fez uma revelação que pode ter surpreendido muita gente, mas é um atestado para o que Afif disse há tantos anos. Afirmou o presidente: “Nós ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazistas, neofascistas, de terroristas. Mas de comunistas, de socialistas, nunca. Isso não nos ofende. Isso nos orgulha muitas vezes”. Da mesma forma, outros poderosos revelam possuir idêntica linha de pensamento. Flávio Dino, aprovado nesta quarta-feira para ser o mais novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e Edson Fachin, já confortavelmente instalado em uma das cadeiras da Suprema Corte, também declararam seguir a mesma ideologia. Disse Dino: “Ser comunista é isso: defender a comunhão, a partilha, a justiça social. São valores que devem ser sempre atualizados. Se a gente olhar que esses princípios são fora de moda, significa que a sociedade fracassou […] Nós temos uma perspectiva muito clara: a riqueza tem que ser partilhada com mais justiça e oportunidades”. E assim, tantos outros que comungam a mesma orientação de pensamento ocupam posições importantes no comando do país.

Afif continua firme com sua visão liberal e empreendedora. Hoje ocupa o cargo de Secretário Especial de Projetos Estratégicos de São Paulo, foi vice-governador de São Paulo e ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Do alto de seus 80 anos, mantém a mesma visão que demonstrava lá na década de 1980. Jamais esmoreceu. Mantém a convicção e a crença inabaláveis de que nada é mais eficiente para o progresso de uma nação que a liberdade. Veja se este discurso, proferido há 40 anos, não seria apropriado para fazer frente às ideias estatizantes do atual governo: “Precisamos demonstrar ao trabalhador que o grande antagonismo que existe hoje no País não é entre capital e trabalho, que são parceiros na tarefa de produzir riqueza, mas sim entre os que querem ter a liberdade de escolher seu próprio destino e a igualdade de oportunidades e aqueles que, encastelados na máquina pública, ou aspirantes a integrarem a nova classe, querem tutelar a sociedade a pretexto de assegurar a justiça social”.  Transcorridas quatro décadas, o discurso de Afif se mostra atual como se tivesse sido redigido para os dias de hoje. Sem pôr nem tirar. Siga pelo Instagram: @polito.

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