Aplicativos de namoro versus paquera no mundo real: Confira sete dicas para que você encontre a tampa de sua panela

Eduardo Nunes, escritor e consultor de relacionamentos, diz que sites ‘democratizaram a paquera’, mas prega cautela no uso das plataformas

  • Por Renata Rode
  • 02/05/2023 14h47
Reprodução/Freepik Mãos de uma pessoa negra usando aplicativo de relacionamento Pesquisa feita pela Happn Brasil, em parceria com a YouGov, afirma que 60% dos brasileiros utilizam aplicativos de relacionamento

Você sabia que 60% dos brasileiros utilizam aplicativos de relacionamento? Isso foi comprovado por uma pesquisa feita pela Happn Brasil, em parceria com a YouGov. Do total, 40% deles utilizam os sites para encontrar a alma gêmea, 45% afirmam que usam para paquerar e 71% dizem que o intuito de estarem ali é fazer novas amizades. Saindo duas a três vezes por semana você pode conhecer alguns ou algumas pretendentes. No aplicativo, porém, você tem maior disponibilidade e facilidade. Além disso, existe uma mágica online que poucas pessoas notam. “Quando você dá um like em um perfil, você congela o momento em que informou para o outro ou outra que gostou dele ou dela. Na vida real, eu, como homem, preciso trocar olhares com a mulher que gostei, esperar sinais que ela demonstre interesse e só a partir daí posso tomar coragem para abordar. No aplicativo isso acontece mais rapidamente e a coragem para dar um like é muito menor que levar um fora no meio da balada. Os aplicativos democratizaram a paquera”, afirma Eduardo Nunes, especialista em relacionamentos. 

O escritor de vários livros na área também foi criador do primeiro movimento para unir casais anos atrás, ao lado de Celso Russomanno em um programa de televisão. “Nós criamos uma espécie de Tinder por volta de 1989 na Gazeta: a gente ia para baladas e fichava homens e mulheres cruzando os dados, tentando formar casais e trocando perfis. Hoje, você consegue observar nas baladas e bares homens e mulheres (principalmente elas) distraídas utilizando o celular e esquecendo do mundo à sua volta. Isso é uma distração e acaba atrapalhando o flerte olho no olho. Sem falar também no número alto de processos de assédio noticiado pela mídia, que tem feito com que homens evitem abordagens e consequentemente optem pela paquera através dos aplicativos de namoro”, opina.

De acordo com o estudo citado no início desta coluna, ainda outros percentuais devem chamar a atenção: 20% dos entrevistados afirmaram ter encontrado o atual ou o último parceiro em redes sociais ou em aplicativos e sites de relacionamento, sendo que 70% dos brasileiros consideram a personalidade do outro como o fator mais importante. Ainda, de acordo com outra pesquisa realizada pela Conecta-i, uma a cada cinco pessoas possuem mais de um aplicativo de namoro instalado no celular. Segundo o especialista, o flerte em bares, com música ao vivo principalmente, onde as pessoas podem dançar e assim motivam conversas entre as mesas e trocas de olhares, é mais constante. Um exemplo típico ocorre toda quinta-feira à noite no Bar Jobim, em Moema. De acordo com o gerente, Maciel Duarte da Silva, que trabalha na noite desde 2006, a paquera mudou. “Antigamente a gente presenciava mais a abordagem presencial, hoje parece que 70% foi para o virtual. Estou neste bar desde 2017 e percebo que aqui eles conseguiram resgatar a magia que acontecia no passado. Já presenciei a formação de diversos casais que se aproximaram depois de dançar ao som de um bom samba raiz e até ajudei a juntar outros, faz parte do pacote”, brinca.

Posso dizer que senti isso na pele em uma das quintas que estive no reduto de alma carioca em terra paulistana já que fui surpreendida quando um dos garçons me chamou e perguntou se eu aceitava um drinque, oferecido por um dos frequentadores do bar. Me senti em “Sex and the City”, aquele filme e seriado que toda mulher adora. Há tempos não era paquerada dessa maneira. Confesso que ainda o flerte pessoalmente é o que faz nosso coração disparar e arranca aquele sorriso no rosto, mas os aplicativos não deixam de ser uma alternativa também em meio a uma vida tão agitada e repleta de pautas. Enfim, só há certeza de uma coisa: é preciso nunca desistir do amor.

O escritor aponta diversos ensinamentos nos livros e cursos específicos para mulheres, mas a pedido da coluna, separou dicas que valem para ambos na hora de acertar na busca pela alma gêmea:

– É preciso traçar bem o seu perfil, de maneira a colocar informações relevantes, mas deixando um certo mistério no ar, porque o objetivo daquela exposição é chamar a atenção do outro inicialmente;

– Tenha uma lista de perguntas básicas para fazer para a pretendente ou o pretendente sem parecer invasivo ou invasiva, apenas sinalizando que o intuito disso é que se conheçam melhor;

– Sempre troque muitas mensagens antes de marcar o encontro e peça redes sociais e informações básicas, como nome e sobrenome da pessoa. Se ela hesitar em passar qualquer tipo de dado, desconfie;

– Antes do encontro pessoal, faça uma chamada de vídeo com a pessoa para se certificar de que ela é mesmo quem diz ser, de maneira leve e descontraída, apenas sinalizando que é algo bom para a segurança de ambos;

– Marque encontros em locais seguros, como shoppings ou locais que tenham câmera de segurança, evitando problemas de segurança; avise um amigo ou amiga próximo sobre sua localização;

– Invista em perfis que a pessoa more perto de sua casa. A distância máxima para dar certo deve variar entre 20 a 25 quilômetros para que não haja empecilhos ou desculpas;

– Principalmente, saiba o que quer e o que não quer e tenha responsabilidade afetiva. Não é porque se trata do aplicativo (parece mais fácil) que você pode ou deve brincar com o sentimento do próximo. Não faça com o outro o que não gostaria que fizessem com você e seja feliz!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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