‘Cheque especial, carro vendido e estresse, mas estar no palco supera tudo’, diz Daniel Del Sarto sobre peça em cartaz

‘Anos 80: Uma Experiência PLOC’ chega ao Teatro Gazeta dia 14 de abril com a premissa de que o saudosismo faz bem para a saúde

  • Por Renata Rode
  • 08/04/2023 17h29
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Divulgação Daniel del Sarto segurando violão Daniel del Sarto está viajando o país com a peça “Anos 80: Uma Experiência PLOC”

Lembrar de coisas boas do passado nos traz alegria e bem-estar e isso é comprovado cientificamente, sabia? De acordo com um estudo da Universidade de Southampton, na Inglaterra, o sentimento de nostalgia aumenta a vitalidade e ainda pode servir como mecanismo de defesa, elevando também a imunidade, já que cria sensações positivas que nos fazem buscar e encontrar nosso propósito no presente. Em resumo, o saudosismo que está na moda também faz bem para a saúde e é premissa do espetáculo “Anos 80: Uma Experiência PLOC”, estrelado por Daniel Del Sarto e elenco. A montagem viaja o país e chega em data especial, dia 14 de abril, ao Teatro Gazeta em São Paulo, para apresentação única neste mês, e depois segue em turnê pelo país. Feliz da vida, o artista lembra que fazer cultura neste país não é tarefa fácil. “Cheque especial há vários meses, carro vendido e muito estresse, suor e ralação, mas tudo vale a pena quando estou no palco. Promover um espetáculo é um desafio permanente pra mim, meu sócio e toda equipe, que vale cada esforço quando as cortinas se abrem. Tenho alegria pelo melhor trabalho que já fiz na vida. Me sinto inteiro, dando o meu melhor no palco e temos recebido esse reconhecimento do público e dos colegas que vão assistir”, afirma.

A montagem traz um desafio ousado, já que mistura a projeção de imagens com efeitos em um espetáculo que é 70% musical, feito ali, ao vivo e a cores. “Rola uma catarse com certeza, porque no texto já convidamos a plateia a viajar no tempo, simulando uma nave que pode te levar a uma época que deixou saudade. Eu prefiro chamar de resgate, reencontro ou religação com partes nossas, mas de outros momentos, outras épocas. E acontece mesmo com quem não viveu aquela época porque a emoção é contagiante”, revela. Mas de onde vem esse sentimento que a nostalgia provoca em nosso corpo e mente? 

“Construímos nossas vidas com base nos nossos repertórios e nas nossas referências. Tudo o que fazemos depende das decisões que nós tomamos, e nossas decisões são baseadas nas sensações que temos. O que poucas pessoas sabem é que todas as nossas sensações estão baseadas no que pensamos, imaginamos e lembramos. Ser capaz de se apegar a algo bom do passado pode ser um recurso poderoso para lidar com um dia difícil e impedir que a vida fique chata, pesada e sem sentido. Quem escolhe bem do que lembrar está definindo como vai se sentir e com que ânimo irá construir sua vida”, explica Elton Euler, terapeuta e professor de análise corporal. Ainda de acordo com o especialista, quando escolhemos nos lembrar de coisas boas que nos aconteceram, a nossa mente e o nosso corpo se conectam imediatamente com as emoções envolvidas no registro daquele fato. “Embora o fato não esteja se repetindo, as emoções estão, e elas podem ser produtivas ou prejudiciais para o momento atual. É claro que boas lembranças acabam por nos trazer bons sentimentos e fazem com que o corpo reforce a produção dos chamados hormônios do bem-estar”, complementa Euler.

É claro que questionamos o artista sobre a produção musical atual versus a riqueza que grandes nomes do passado deixaram como lenda e também perguntamos sobre o choque de gerações. “São movimentos e períodos diferentes e não podemos comparar, mas sim mesclar e reviver histórias enaltecendo uma produção cultural que marcou e marca pessoas até hoje. Sobre comportamento, acho que a gente perdeu, sim, muito da pureza, da leveza e de uma simplicidade importante do dia a dia, porém isso também faz parte do desenvolvimento, do pensamento e da tecnologia, essa complexidade de tudo. Resta a nós ter inteligência emocional e discernimento, aproveitar o que é bom e desprezar o que só complica ou pesa. Percebo sim que as mentes mais questionadoras estão atentas e buscando, nas diferentes épocas, os valores mais construtivos e que trazem possibilidade real de evolução para nós e para nossa educação em geral”, opina.

No auge dos meus 46, quase 47 anos, já vivi a experiência PLOC no teatro como convidada e posso dizer que foi uma noite inesquecível. Daniel Del Sarto e elenco surpreendem e emocionam ao mesmo tempo, nos trazendo lembranças boas e vivências que ficaram guardadas em algum lugar do coração. Quando a gente menos espera, se vê de pé, cantando, chorando e dançando, envolto em lembranças mais que especiais. Brinco com ele dizendo que ele ainda é galã, sim, porque é um artista completo em vários sentidos. “Ah, pra mim não existe ex-galã. Aliás, hoje me sinto mais galã do que antes. Se fosse para descrever, eu diria que carrego elegância, delicadeza e gentileza acompanhados de boa aparência, com direito a perfume também e, como diz minha avó, galã é galã para sempre”, completa.

Você deve estar se perguntando o que um artista com bagagem musical do Del Sarto ouve atualmente, certo? Ele diz que virou fã de carteirinha do Reggaeton. “Lancei uma trilogia de músicas e clipes nessa onda e ando viciado nos African Hits ou Afro Pop. Pra quem quiser saber mais, meus Reggaetons estão nas plataformas. Começa pelo Quiere Quedar e No Pasa Nada. Porque música serve pra isso: alegrar, emocionar, fazer dançar e sentir”, decreta, coberto de razão, certo?

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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