Empresário que entregava roupas no metrô hoje fatura R$ 50 milhões por ano: ‘Querer o que não tinha foi meu combustível’
Empreendedor desde os 16 anos, Vitor Alves inaugurou primeira loja na Galeria do Rock, veste celebridades como Anitta e Larissa Manoela e tem planos para expandir negócio
É fato que o que aprendemos na infância nos marca para o resto da vida. Agora, o que fazemos diante desses desafios é o que delimita o resultado positivo ou não de nossas trajetórias, e a história de Vitor Alves ilustra bem isso. O paulista nascido em Atibaia, que criou uma marca que fatura R$ 50 milhões por ano e conta com 24 lojas físicas, sempre soube aonde queria chegar. “Eu comecei vendendo roupas pela internet e entregava as peças nas estações de metrô. Assim persegui e concretizei meu sonho: fundei a Overcome, marca de streetwear com lojas físicas e expansão de franquia. Ou seja, nem o céu é o limite”, brinca o executivo.
Do tom de brincadeira à pura verdade, Vitor confessa que o combustível para a virada de vida veio de forma precoce. “De certa forma, o fato de não poder ter o que meus amigos tinham e sonhar com bens materiais me fez virar a chave da escassez para a abundância, mas do modo de correr atrás e acreditar mesmo em minha veia empreendedora. É claro que o que construí não se resume ao bem material, mas, sim, à conquista de sair do lugar-comum, de empregar pessoas, de fazer a economia girar e, além de tudo, ainda ser referência para pessoas nesse mercado tão disputado. Tudo aconteceu de forma orgânica, acredito que o meio que eu vivia me despertava um anseio por ter itens que meus pais não podiam comprar, isso me serviu como um empurrão para começar a ter minhas coisas e poder fazer elas se multiplicarem. E eu percebi que só ia conseguir tudo que eu queria se eu fosse atrás e corresse por mim”, declara.
A primeira loja física foi inaugurada na Galeria do Rock, ainda como uma multimarcas. Com a crescente procura por produtos Overcome, o local acabou se tornando loja da marca, que hoje já somam mais de 23 lojas espalhadas por São Paulo e uma em Belo Horizonte, incluindo franquias. “Desde sempre, comprava e vendia bonés na escola. Então, aos 16 anos, comecei a vender camisetas com a marca Overcome, vendia de mão em mão para os amigos. Foi quando vim para São Paulo, onde comecei a fazer entregas no metrô”, recorda.
Vestindo artistas, celebridades e influenciadores como Anitta, Larissa Manoela, Lucas Selfie, Felipe e Vinícius Leal, a marca atinge milhões de internautas através redes sociais. Para este ano, com as expansões, a meta da empresa é atingir um faturamento de mais de R$ 60 milhões. “Temos mais três lojas no formato de franquia para inaugurar ainda neste ano, duas delas em pontos estratégicos de São Paulo e uma em Osasco. Que a procura por produtos Overcome é grande não é novidade, mas com o tempo a gente percebeu que podia ir além. Por mais que tenhamos um e-commerce que atenda todo território nacional, a ideia de expansão em franquia visa atingir novos públicos e novos mercados. Já conseguimos despertar o desejo do brasileiro, agora vamos entregar o melhor, da melhor forma, com padrão de atendimento e experiência de compra personalizada.”
Visionário, ele vislumbra outros projetos para 2023. “Vamos realizar o Overcome Festival, com a participação de artistas brasileiros do hip-hop e trap. O evento já tem data definida, além de uma série de colaborações com influencers Gen Z. A primeira collab foi realizada no mês de junho, com o influenciador Boca de 09. O lançamento teve como local uma das primeiras lojas da marca, localizada em Santana, dando início a essa série de colaborações e a inauguração da primeira franquia da Overcome”, conta o empresário. Aliás, essa humilde colunista adora fazer essa pergunta na coluna quando entrevista um empreendedor nato: ser empreendedor no Brasil é hoje uma arte? E Vitor responde: “O que faz uma pessoa ser considerada artista? Não é o fato de cativar outras pessoas com o trabalho que você faz? Então, acredito que sim, não só no Brasil, mas principalmente aqui, onde temos um esforço maior quando se trata em manter uma empresa aberta, pessoas qualificadas no time, criar desejo naquilo que você produz e, acima de tudo, manter essas pessoas que consomem o seu produto por perto”.
Para ele, um erro fatal do empresariado nacional é não distinguir CPF e CNPJ. “Isso é essencial, só assim você consegue gerir melhor sua vida profissional e pessoal, saber desligar a chave quando está com a família, saber focar na empresa enquanto trabalha, saber que os seus gastos e ganhos pessoais não podem ter interferência da empresa, para que tenha uma vida financeira saudável nos dois âmbitos”, finaliza.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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