Saiba quais os principais desafios de uma empresa na hora de escolher ferramentas de IA e Legal Ops

Capacidade tecnológica, conformidade com a lei e garantia da segurança e privacidade dos dados estão entre os principais pontos a serem avaliados

  • Por Ricardo Motta
  • 25/11/2023 10h00
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Freepik Pessoas olham para um computador no trabalho Escolhas devem ser alinhadas não apenas às necessidades operacionais, mas também aos objetivos estratégicos de organização

No cenário atual, caracterizado pela constante evolução tecnológica, as empresas e seus departamentos jurídicos enfrentam o desafio de integrar ferramentas de Inteligência Artificial (IA) e Legal Operations (Legal Ops) em suas rotinas. Visto por muitos como uma necessidade inadiável, esse correto sentimento é acompanhado de alguns cuidados prévios necessários na escolha, incluindo a possibilidade de terceirização de serviços. Antes de adotar qualquer ferramenta de IA ou Legal Ops, é crucial compreender as necessidades específicas do departamento jurídico ou da empresa. Cada organização possui particularidades em seus processos e demandas, o que requer uma solução personalizada. É essencial entender os processos internos e identificar áreas que podem se beneficiar significativamente da automação e otimização. A análise dessas necessidades deve incluir uma avaliação das tarefas rotineiras, dos fluxos de trabalho e dos principais desafios enfrentados.

Compreendidas as necessidades do jurídico, chegou a hora de avaliar a capacidade tecnológica da ferramenta escolhida. É preciso verificar se a IA oferece aprendizado de máquina (machine learning) e capacidade de processamento de linguagem natural, essenciais para a análise de grandes volumes de dados e documentos. Além disso, é importante que uma ferramenta seja capaz de se integrar com outros sistemas já utilizados pela empresa e que tenha capacidade de evolução de acordo com as necessidades do departamento jurídico. Seguindo adiante, sobretudo no que se refere ao contexto do direito do consumidor, é preciso analisar a conformidade das ferramentas de IA e Legal Ops com as leis e regulamentações, especialmente no que diz respeito à proteção de dados pessoais. A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) existente no Brasil, por exemplo, exige requisitos específicos sobre como as informações dos consumidores devem ser tratadas.

Outro importante ponto que merece destaque é a certificação da segurança e privacidade dos dados manipulados pela IA. Deve-se garantir que a ferramenta escolhida possua sistemas robustos de segurança para proteger as informações contra acessos não autorizados e vazamentos de dados. A privacidade e a confidencialidade das informações dos clientes devem ser uma prioridade. Ultrapassados os quesitos técnicos e de segurança, é importante verificar a usabilidade da ferramenta. Ferramentas de IA e Legal Ops devem ser intuitivas e de fácil adoção pelos usuários, reduzindo a curva de aprendizado e otimizando a eficiência. Além disso, é essencial que exista um suporte técnico adequado para resolver quaisquer problemas que possam surgir.

Uma análise de custo-benefício também é crucial. Investir em IA e Legal Ops deve trazer retornos tangíveis, seja em termos de eficiência operacional, redução de custos ou melhor gestão de riscos. Deve-se avaliar o retorno sobre o investimento, considerando não apenas o custo inicial, mas também os gastos de manutenção e atualização da ferramenta. Por fim, não podemos esquecer a possibilidade de terceirização de serviços de Legal Ops. Além da escolha de ferramentas e implementação interna, os departamentos jurídicos ainda possuem a opção de terceirizar a contratação de serviços e obter algumas vantagens:

Expertise especializada

Os escritórios externos especializados em Legal Ops trazem um conhecimento profundo das melhores práticas e das mais recentes inovações tecnológicas.

Economia de custos

A terceirização pode ser uma solução econômica, eliminando a necessidade de investimentos substanciais em tecnologia e treinamento interno.

Flexibilidade e escalabilidade

Escritórios externos podem oferecer soluções mais flexíveis e escaláveis, adaptando-se rapidamente às mudanças nas demandas e no ambiente de negócios.

Foco no core business

Ao terceirizar o Legal Ops, os departamentos jurídicos podem se concentrar em suas competências essenciais, deixando a gestão operacional e tecnológica nas mãos de parceiros especialistas.

A escolha e implementação de ferramentas de IA e Legal Ops, seja internamente ou por meio de terceirização, são decisões estratégicas cruciais para muitas empresas e seus departamentos jurídicos, o que requer uma análise criteriosa e abrangente. Considerar esses aspectos é fundamental para maximizar os benefícios dessas tecnologias. Essas escolhas devem ser alinhadas não apenas às necessidades operacionais, mas também aos objetivos estratégicos de organização, garantindo eficiência, conformidade e proteção dos interesses empresariais e dos consumidores. Se a modernização tecnológica é necessária e inadiável, seu desafio está no correto planejamento e execução. A tecnologia está aí para ser aproveitada. Aproveite!

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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