Constantino: Maduro está preparado para a guerra e não sairá do poder

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2019 09h20 - Atualizado em 18/09/2019 09h39
EFE Sanções econômicas mais fortes e até intervenção militar podem ser realmente necessárias

“Eu acho muito difícil que Nicolás Maduro deixe o comando da Venezuela. Ele está dando várias entrevistas, deu uma na Folha de S. Paulo, inclusive, e é um mitomaníaco, um psicopata mentiroso e compulsivo, mas você precisa tentar ler nas entrelinhas. E o que há nas entrelinhas é, justamente, uma constante ameaça de que ele tem preparado um exército, que tem apoio da Russia, ele está se preparando para a guerra. Ele não vai sair facilmente, sabe que a oposição está relativamente enfraquecida e esta vendendo essa imagem internamente, de quem tem acordo e apoio com oposição, fechada lá fora, que é de fachada. São pessoas que estavam com ele até ontem e saíram só para disputar as eleições, também de fachada, que tiveram nos últimos anos, e ele não tem, de fato, apoio de oposição alguma, porque não é oposição.

Apesar disso, Juan Guaidó, de fato, está perdendo um pouco de apoio. Tem algumas divisões, mas elas são mais cosméticas: na essência, todos concordam que Maduro tem que sair. Mas isso ele não diz. Então ele está realmente se programando para um confronto. No Brasil, a ala militar mais pragmática queria ir pelo caminho de uma anistia, que acha que é a única forma de ele sair, inclusive com as participações de Cuba nas negociações porque acham que, se for com os Estados Unidos, ele não vai aceitar nunca. Parece que a ala Olavista, mais linha-dura, também estaria aceitando esse caminho da anistia.

É a última esperança, apesar de ter um senso de injustiça muito grande, um sujeito que destruiu um país sair impune seria revoltante, mas tem que olhar para a frete. É melhor isso do que destruir de vez o país sem nenhuma chance de recuperação. Mas não sou otimista nesse assunto: acho que Maduro se armou, se preparou, tem muito medo do que aconteça no dia seguinte se ele realmente sair, então não vai ser por bem, e sim por mal – o que se faz com sanções econômicas mais duras e, eventualmente, uma ameaça crível de intervenção militar“, avaliou Constantino.

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