NFT criou uma economia própria sobre bens digitais

Quando se trata de arte, o código é uma espécie de selo que comprova que obras são autênticas, como se fosse um contrato garantindo que certo arquivo é original

  • Por Samy Dana
  • 09/06/2021 14h29 - Atualizado em 09/06/2021 18h12
amhnasim/Pixabay Selo NFT ligado a imagens de dinheiro NFTs são códigos que ficam ligados a alguma arte digital e a identificam como original e exclusiva

Está marcado para terminar nesta quinta-feira, 10, na filial de Nova York da tradicional casa Sotheby’s, de Londres, o leilão da obra que é a origem de uma febre que vem sacudindo o mercado de arte no mundo. Quantum, do artista americano Kevin Mccoy, é uma animação em forma de octógono que em maio de 2014 se tornou a primeira obra a receber um certificado de propriedade do tipo NFT. NFTs ou tokens não-fungíveis, na tradução para o português, são códigos que ficam ligados a alguma arte digital e a identificam como original e exclusiva. Pode ser uma imagem, um vídeo, um texto, animação, foto, etc. O token é como uma chave eletrônica como estas que já são usadas pelos bancos e corretoras para que clientes possam fazer transações financeiras com segurança. Pode atestar a propriedade de praticamente tudo no mundo digital e vem criando uma economia própria em torno de si. Em março, a primeira mensagem postada no Twitter foi leiloada por quase US$ 3 milhões, praticamente R$ 15 milhões.

O jornal New York Times vendeu em abril a imagem de uma coluna por mais de US$ 500 mil, até lances durante jogos da NBA estão sendo vendidos. Os entusiastas garantem que em breve veremos pessoas se tornando donas, por exemplo, de gols históricos. Imagine ser dono do milésimo gol de Pelé? É uma possibilidade. Quando se trata de arte, o NFT é uma espécie de selo que comprova que obras digitais são autênticas. É como uma espécie de contrato, garantindo que certo arquivo é original e que, mesmo com outras cópias circulando na internet, seu possuidor é oficialmente o proprietário.

A obra ser digital não faz com que seja menos valorizada. Em março, um trabalho do artista conhecido como Beeple foi vendido por outra casa de leilões, a Christie’s, pelo equivalente a R$ 350 milhões. Já no caso do leilão desta quinta-feira, não há prognósticos de quanto a animação deve alcançar. A casa de leilões informou apenas que no primeiro dia o valor já estava em US$ 140 mil. Pioneiro, o criador disse à imprensa internacional que a obra não foi bem recebida ao ser lançada, mas agora é considerada pelo mercado de arte o início de uma revolução. E uma revolução que promete mudar a forma como percebemos se algo é valioso ou não.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.