DeFi e criptomoedas com respaldo: o futuro do dinheiro

As finanças descentralizadas estão se tornando uma tendência: descubra por quê

  • Por Silvina Moschini
  • 17/11/2023 11h00
  • BlueSky
Divulgação/Unicorn Hunters Montagem com computador, criptomoedas e prédios As DeFi têm surgido como uma alternativa e fazem parte de um ecossistema financeiro que não depende de intermediários centrais

A espera por uma transferência e o pagamento de altas taxas aos bancos podem estar com os dias contados. As finanças descentralizadas (DeFi) são um conjunto de serviços baseados na tecnologia blockchain que oferecem soluções inovadoras para superar as limitações do mercado financeiro tradicional, gerando inclusão, rapidez e maior segurança. Segundo o Banco Mundial, 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso a uma conta bancária. E esta é uma das debilidades do sistema atual: processos lentos e ineficazes, concentração de poder em grandes instituições e acessibilidade limitada para muitos.

Nesse contexto, as DeFi têm surgido como uma alternativa e fazem parte de um ecossistema financeiro que não depende de intermediários centrais, a exemplo de bancos e Bolsas de Valores, o que reduz significativamente os custos e facilita a entrada no mercado. Ao mesmo tempo, oferecem serviços operacionalizados diretamente entre pares, que, através da tecnologia blockchain, garantem o livre acesso, operações públicas, transparentes e imutáveis. Entre os serviços DeFi mais populares estão as exchanges descentralizadas, onde ativos digitais podem ser comprados e vendidos diretamente entre as partes, sem intermediários. Os protocolos de empréstimo de criptomoedas também têm gerado interesse, uma vez que permitem a seus proprietários colocá-las em um “pool”, que fica disponível para a realização de empréstimos, gerando lucros sem a necessidade de venda de ativos digitais. 

Como as instituições poderiam integrar as DeFi em seus sistemas

No Brasil, espera-se que a receita do mercado DeFi chegue a US$ 228,4 milhões até o final de 2023, com uma taxa de crescimento anual de 22,77%, o que se traduz em um valor total estimado de US$ 518,9 milhões em 2027. Com este crescimento, não é surpresa que os gigantes financeiros estejam entrando em campo. A JPMorgan associou-se a vários bancos, incluindo o Citi e o Deutsche Bank, na oferta de liquidações blockchain de ativos tokenizados, e já deixou claro que entende os benefícios potenciais da adaptação do protocolo de finanças descentralizadas na indústria com a utilização de ativos do mundo real tokenizados: “As instituições financeiras têm uma série de considerações a fazer antes usar protocolos DeFi em grande escala. Acreditamos que uma versão denominada ‘DeFi institucional’, que combina as inovações dos protocolos DeFi com as salvaguardas do setor financeiro atual, tem potencial de crescimento e impacto transformador”.

Ao mesmo tempo, as DeFi têm desenvolvido uma simbiose positiva com as criptomoedas, especificamente aquelas com lastro, que podem servir de garantia para ter acesso a serviços financeiros descentralizados, como empréstimos, investimentos ou derivados. Ainda é possível, por exemplo, utilizar moedas digitais para obter liquidez ou rendimentos em plataformas de DeFi. Os tokens respaldados por ativos do mundo real, como propriedades ou empresas, também podem ser usados ​​para ter acesso a financiamento ou exposição aos mercados tradicionais por meio das DeFi.  

Negociar imóveis de forma direta para adquirir criptomoedas

Já existem moedas digitais lastreadas em ativos reais. Uma delas é a Unicoin, uma criptomoeda que possui um portfólio de mais de um bilhão de dólares em imóveis graças ao seu Programa 140, que oferece a possibilidade de intercâmbio de imóveis por criptomoedas de forma direta, pagando 140% do valor de avaliação das propriedades. Avanços dessa natureza evidenciam o papel crucial que novas formas de fazer negócio, baseadas na tecnologia blockchain, podem ter na dinamização de mercados tão rígidos como o imobiliário. As DeFi e as criptomoedas com respaldo fazem parte da caixa de ferramentas oferecida pela tecnologia blockchain para aumentar o acesso ao mundo dos investimentos e promover a inclusão financeira dos usuários. 

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