O primeiro locutor a narrar um jogo inteiro no Brasil recebeu apelido de ‘Speaker Metralhadora’

Em gravação raríssima, Nicolau Tuma contou como fez a pioneira transmissão que o colocou em destaque na história do rádio no país

  • Por Thiago Uberreich
  • 03/10/2024 09h00 - Atualizado em 03/10/2024 10h06
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ERNESTO RODRIGIES/ESTADÃO CONTEÚDO Dr. Nicolau Tuma concede entrevista em São Paulo Nascido em 1911, Nicolau Tuma começou a carreira como jornalista e se formou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

Neste Memória da Pan, gostaria de fazer uma homenagem a Nicolau Tuma, que era chamado de “Speaker Metralhadora”. Ele virou um nome importante do rádio no Brasil ao se tornar o primeiro a narrar um jogo inteiro. Além disso, imprimia uma velocidade na comunicação, algo incomum para a época, o que lhe rendeu o apelido. A partida foi disputada em 19 de julho de 1931 e reuniu os selecionados de São Paulo e do Paraná. O palco: o antigo campo da Floresta, na região onde hoje fica a Ponte das Bandeiras, na capital paulista

Nascido em 1911, ele começou a carreira como jornalista e se formou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Tuma era repórter policial, quando venceu um concurso para ser locutor na Rádio Educadora Paulista, em 1929. Entretanto, o “Speaker Metralhadora” também entrou para a história ao cobrir a Revolução Constitucionalista de 1932 pela Rádio Record, de propriedade de Paulo Machado de Carvalho que, em 1944, comprou a Panamericana. Tuma foi quem usou pela primeira vez a palavra “radialista” para se referir ao profissional que trabalha no veículo. 

Nicolau Tuma, jornalista, repórter e um dos primeiros radialistas esportivos do País.

Nicolau Tuma, jornalista, repórter e um dos primeiros radialistas esportivos do país (ERNESTO RODRIGIES/ESTADÃO CONTEÚDO)

 

Em 1983, em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, Nicolau Tuma, contou, com muita maestria, os detalhes daquela transmissão histórica, pioneira. A conversa foi conduzida pelo jornalista Luiz Ernesto Kawall, um dos maiores colecionadores de vozes do Brasil e que, infelizmente, morreu em agosto de 2024. Kawall tinha centenas de discos e criou a “vozoteca”. Todo o material está sob a responsabilidade da Universidade de São Paulo. Já Nicolau Tuma faleceu em 2006, aos 95 anos. Tive o prazer de conhecê-lo no ano 2000, quando eu ainda trabalhava na Rádio Eldorado, em São Paulo. Para ouvir essa entrevista, raríssima, basta entrar nesse link do Spotify.

Nicolau Tuma: depoimento ao MIS em 1982 #62

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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