Paulo Machado de Carvalho mudou os rumos do futebol brasileiro na história das Copas do Mundo

Pioneiro nas comunicações, o ‘Marechal da Vitória’ era um homem supersticioso 

  • Por Thiago Uberreich
  • 02/10/2024 09h00
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Arquivo/Estadão Conteúdo Da esquerda para a direita, Djalma Santos, Zagallo, Pelé, Zito e o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho, seguram a taça Jules Rimet. Djalma Santos, Zagallo, Pelé, Zito e o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho, seguram a taça Jules Rimet em 1958

É obrigação de todo brasileiro conhecer a história de Paulo Machado de Carvalho. O chefe da delegação nacional nas vitoriosas Copas de 1958 e 1962 nasceu na capital paulista, em novembro de 1901, e desde jovem esteve ligado às agremiações esportivas, como o Clube Atlético Paulistano. Apaixonado por futebol, construiu toda carreira de dirigente no São Paulo Futebol Clube, sendo duas vezes presidente nos anos 40. Depois, assumiu o Departamento de Futebol. Como tinha um bom trânsito com a cartolagem do Rio de Janeiro, foi vice na chapa de João Havelange no comando da CBD (atual CBF), em 1958, e, naquele ano, chefiou a delegação brasileira na Copa. Com o título inédito na Suécia, permaneceu no cargo e repetiu o trabalho vitorioso em 1962, no Chile. 

Durante a juventude, estudou na Suíça, mas acabou por retornar ao Brasil e se formou na prestigiada Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Paralelamente às atividades no futebol, comprou a Rádio Record, em 1931, e criou a Associação das Emissoras de São Paulo. O negócio foi crescendo e ele adquiriu a Rádio Panamericana, em 1944, e a transformou na “emissora dos esportes”. Em 1953, Paulo Machado de Carvalho inaugurou a TV Record e se tornou um dos pioneiros da televisão no Brasil, formando a Rede de Emissoras Unidas e a Rede de Emissoras Independentes. O “Canal 7” marcou época com programas inesquecíveis, como Família Trapo e Jovem Guarda, além dos festivais de música, nos anos 60. 

Paulo Machado de Carvalho beija o técnico Vicente Feola na conquista de 1958 (Acervo Paulo Machado de Carvalho Neto)

Desde 1961, Paulo Machado de Carvalho dá nome a um dos estádios mais tradicionais de São Paulo: o Pacaembu, inaugurado em 27 de abril de 1940. O cartola era um homem supersticioso. Além de vestir sempre um terno marrom, tinha fixação pelo número sete. O ex-governador de São Paulo Laudo Natel, em um depoimento em razão da morte de Paulo Machado de Carvalho, em 1992, se recordou do curioso fato: “Ele batia ponto às sete horas. A TV Record era o canal sete. E, infelizmente, ele veio a falecer em um dia sete”. 

Para conhecer mais sobre essa figura ímpar do futebol e das comunicações no país, te convido a ouvir áudios históricos de Paulo Machado de Carvalho, direto do arquivo fantástico da Jovem Pan. 

A história do “Marechal da Vitória”

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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