‘Lira é só um ex-presidente’, diz líder do MDB ao defender que Motta participe de reorganização da base governista

Lideranças do Centrão avaliam que demissões podem interferir nas negociações regionais paras as eleições de 2026

  • Por Victoria Abel
  • 15/10/2025 17h44 - Atualizado em 15/10/2025 17h54
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Bruno Spada/Câmara dos Deputados Discussão e votação de propostas legislativas. Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP - AL), Dep. Moses Rodrigues (UNIÃO - CE) e Dep. Isnaldo Bulhões Jr. (MDB - AL) O deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL) conversa com os colegas de Arthur Lira (PP-AL) e Moses Rodrigues (União-CE)

O líder do MDB, Isnaldo Bulhões, defendeu que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), participe da reorganização da base governista e ajude a identificar os deputados de centro que podem ser fiéis ao governo e, portanto, “mereçam” cargos em ministérios, órgãos do governo Lula, autarquias ou bancos estatais. Bulhões criticou a participação que o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) ainda tem na composição de cargos do governo. “Lira é só um ex-presidente”, disse o líder do MDB à Jovem Pan.

Após a derrota na medida provisória que taxava aplicações financeira e sob o risco de um rombo no orçamento do ano que vem, o governo decidiu reorganizar a base no Congresso. Dessa vez, atraindo os deputados individualmente, sem contar com lideranças partidárias ou presidentes de partidos de centro. As demissões ocorrem, em sua maioria, nos segundo e terceiro escalão do governo, ou seja, não são ministros nem presidentes de autarquias.

Para lideranças de partidos de centro, o governo tem aproveitado a onda de popularidade para enfrentar o Centrão, sob garantia do apoio da sociedade. Integrantes do União Brasil e PP, no entanto, pontuam que as demissões podem deixar os deputados ainda mais irritados e distantes do governo, já que agora eles não teriam nada que os incentivasse a votar a favor do Palácio do Planalto.

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Os líderes de centro ainda destacam que o afastamento pode impactar nas costuras locais para as eleições de 2026, já que a maior parte dos cargos era cedido nos estados. Líderes governistas, ao contrário, avaliam que o governo pode até mesmo atrair novamente os deputados que estavam distantes, depois de provar que as ameaças de demissões eram verdadeiras.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.

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