Eduardo Bolsonaro rebate Ciro Nogueira após senador chamar de ‘prejuízo gigantesco’ sua atuação nos EUA
Ministro no governo Jair Bolsonaro, presidente do PP avalia que tarifaço articulado com aliados de Trump minou panos eleitorais da direita; ‘Não se pode confundir o seu interesse com o do Brasil’, respondeu deputado
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) respondeu nesta segunda-feira (13) às críticas do senador Ciro Nogueira (PP-PI), que atribuiu a ele parte da responsabilidade por prejuízos ao campo político da direita após sua atuação junto a aliados do presidente americano Donald Trump. O parlamentar é acusado de incentivar sanções contra o Brasil e seus Três Poderes em reação à condenação de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Em publicação nas redes sociais, Eduardo afirmou que os prejuízos citados por Nogueira estão relacionados a “interesses pessoais” do senador.
“Prezado Ciro Nogueira, o prejuízo foi gigantesco para o seu plano pessoal, não se pode confundir o seu interesse com o do Brasil. Compadeço com o seu sentimento, pois também foi um grande prejuízo para mim; a diferença é que estou disposto a sacrificar os meus interesses pessoais pelo Brasil”, escreveu o deputado.
Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, exibida no fim de semana, Ciro Nogueira — um dos principais aliados de Jair Bolsonaro — afirmou que as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos causaram um “prejuízo gigantesco” ao projeto político da direita e dificultaram a eleição presidencial de 2026. Segundo o senador, antes do chamado “tarifaço” imposto por Donald Trump a produtos brasileiros, o cenário eleitoral estaria “completamente resolvido” para a oposição.
Nogueira também afirmou que o presidente dos EUA “criou uma narrativa falsa” ao associar as medidas econômicas à condenação de Bolsonaro, o que teria sido explorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para recuperar popularidade. “Foi um erro. Já manifestei até para interlocutores do governo americano. O Trump deveria ter dito quem era o responsável real por essa situação, que era o presidente Lula, por ter atacado o dólar e pela questão do Brics. Isso nos prejudicou eleitoralmente”, declarou Nogueira.
Eduardo Bolsonaro está morando nos Estados Unidos desde fevereiro e chegou a se licenciar do mandato por seis meses. Após o fim do período máximo de afastamento, retornou à Câmara dos Deputados, onde recebe salário bruto de R$ 46 mil, além de benefícios. Nas últimas semanas, o deputado tem se envolvido em disputas internas com outros nomes do PL e do Centrão. Em setembro, criticou o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, a quem acusou de não ter votos e de desrespeitar Jair Bolsonaro.
Já o senador também se tornou alvo recente do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), em meio a divergências sobre a sucessão presidencial de 2026. Caiado classificou como “vergonhosa” a tentativa do presidente do PP de se colocar como porta-voz de Bolsonaro e de antecipar apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O goiano, que é pré-candidato ao Planalto, acusou Ciro de tentar excluir outros nomes da direita, incluindo o seu e o de Eduardo Bolsonaro, do debate eleitoral. Em resposta, o senador ironizou: “Nosso adversário é Lula. Caiado, pode falar qualquer coisa: você está certo. Satisfeito?”.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA


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