Crise política é o apocalipse do PT, mas rejeição de contas de Dilma é o princípio das dores
Apesar da tentativa de procrastinação dos advogados de Dilma Rousseff, o TCU não deve adiar, pelo menos por enquanto, o julgamento das contas do Governo, marcado para amanhã. É o que garante o presidente do Tribunal de Contas, Aroldo Cedraz.
Sem mais estratégias para provar a inocência da presidente no caso das pedaladas fiscais, a Advocacia Geral da União, que defende Dilma, alega, desta vez, que o relator do caso antecipou seu voto e por isso estaria suspeito de participar do julgamento das contas.
Para a AGU, o relator Augusto Nardes agiu com parcialidade e não poderia ter divulgado seu voto recomendando a rejeição das contas de Dilma. O governo promete recorrer até o Supremo para escantear o ministro relator.
Nardes alega que não infringiu as leis e apenas liberou o parecer prévio do voto aos outros ministros, o que é previsto e inclusive exigido no regimento do Tribunal.
Alvo dos petistas, o ministro alega que o governo tenta cercear a liberdade da Corte.
Para a oposição, a tentativa de afastar o relator é um ato de desespero do governo.
O deputado Mendonça Filho (DEM-PE) classificou o pedido de “intimidação”. E disse que o Poder Legislativo tem o dever de respaldar e garantir a liberdade de atuação do TCU.
Para o democrata, “o ministro Nardes não pode ser afastado porque contraria o governo”.
O líder do PSDB, Aécio Neves comparou a atitude da presidente Dilma como um time que, ao ver que está perdendo de goleada, pede para mudar o juiz.
Todo esse desespero do Governo tem um porquê. Tudo indica que o TCU vai rejeitar as contas. E caso fique comprovado que a presidente cometeu crime de responsabilidade fiscal, o pedido impeachment fica completamente fundamentado.
Se a crise política fosse o apocalipse do governo do PT, a rejeição das contas de Dilma Rousseff seria o princípio das dores. Haverá choro e ranger de dentes.
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