Debates mudam pouco o jogo em corrida eleitoral surpreendente e bizarra

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 28/09/2016 11h45
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MCX322. HEMPSTEAD (NY, EE.UU.), 26/09/2016.- El candidato republicano a la presidencia de Estados Unidos Donald Trump (i) y su rival demócrata Hillary Clinton (c) se dan la mano tras su primer debate hoy, lunes 26 de septiembre de 2016, en la Universidad Hosfra de Hempstead, Nueva York (EE.UU.). EFE/PETER FOLEY EFE/PETER FOLEY Donald Trump e Hillary Clinton em debate presidencial de Nova Iorque

O primeiro debate entre Hillary Clinton e Donald Trump aconteceu na segunda-feira à noite. Estamos na quarta-feira de manhã. Neste vertiginoso ciclo eleitoral americano, o debate já é passado remoto. Hillary venceu, e daí? Teria sido mais importante se ela tivesse perdido. Isso teria reforçado a narrativa de que carece de vigor para presidir o país. Imagine, no sufoco para dar uma enquadrada em um sujeito tão aloprado como o Trump?

A história mostra que poucos debates mudam o jogo e, mais importante, no atual ciclo eleitoral, as percepcões são distintas. Afinal, quantas vezes, eu e uma imensidão de analistas proferiram “agora Trump vai para a lona”. Não dá mais, que barbaridade. Sabemos no entanto, que nunca na história deste país, e eu falo dos Estados Unidos, e não do país que já foi de Lula, houve uma eleição tão bizarra, com um candidato tão bizarro, com o eleitorado se comportando de forma tão fora dos padrões mesmo com um pretendente ao cargo tão mal comportado.

Ficar chocado com o modo de operação de Trump hoje é coisa de marinheiro político de primeira viagem. Nada fora do figurino ele apregoar que uma enquete de uma rede de televisão mostrara sua vitória no debate. Aí a emissora informa que não realizou a enquete. Nada chocante que ele tenha lançado nova teoria conspiratória no seu mimimi, dizendo que seu microfone no debate tinha defeito. Como eu e tantos anteciparam, se tivesse ganho Trump teria dito que é magnífico, se tivesse perdido iria culpar o moderador, a imprensa, a tubainha, o FHC.

O fato é que Trump é mal preparado para o cargo de presidente. E eu pergunto de novo: e daí? Na verdade, metade do eleitorado que o segue faz esta pergunta; e daí? Hillary teve uma boa frase ensaiada no debate. Ela disse que de fato se prepara demais para tudo, inclusive para ser presidente. Se convencer os indecisos e muita gente que detesta o Trump, mas não morre de amores por ela e também a detesta, o emprego de Hillary a partir de janeiro está garantido. Mas não chegamos lá. Haverá muito emoção até a votação em 8 de novembro, inclusive com mais dois debates no meio do caminho.

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