Dia do Orgulho Hétero: muita polêmica para tanta banalidade

  • Por Jovem Pan
  • 13/02/2015 10h11

E o presidente Eduardo Cunha pediu que volte às comissões da Câmara projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Heterossexual.

Em 2011, o então prefeito, Gilberto Kassab vetou proposta similar aprovada na Câmara, alegando que a data seria discriminatória. O lobby dos gayzistas é forte. Os militantes abominam qualquer proposta desse tipo e a consideram uma ofensa e uma forma de preconceito aos homossexuais, que, por sinal, já têm um dia em sua homenagem: 28 de junho, o Dia Internacional do Orgulho Gay.

Sinceramente, é muita polêmica para tamanha banalidade.

Num país que celebra tantas bizarrices como o dia da baiana do acarajé, o dia do cantor de música sertaneja, o dia do eletricitário gaúcho, o dia do fusca, e o dia da anestesia geral, uma data a mais uma data a menos para comemorar não vai fazer diferença.

Se gays sentem tanto orgulho de sua escolha sexual e fazem questão de hastear sua bandeira colorida no dia 28 de junho, porque os héteros não poderiam ter, igualmente, uma data especial para chamar de sua no calendário de excentricidades brasileiras?

Isso me cheira a intolerância, algo que, definitivamente, não combina com a liberalíssima agenda LGBT, cuja luta histórica é exatamente contra a segregação e o preconceito.

A proposta de Eduardo Cunha não passa de uma reação à tentativa de se atribuir direitos especiais à comunidade gay em detrimento dos demais cidadãos. A bancada LGBT criou um precedente perigoso ao propor legislação que criminaliza a homofobia e garante privilégios legais exclusivos aos gays. Diante disso, o que impede a bancada conservadora de resguardar os direitos dos heterossexuais, criando leis que também criminalizem o preconceito contra os não-gays? Particularmente, acho ambos os projetos inócuos. Já temos uma legislação que pune ameaças, preconceito, injúria, calúnia, difamação e violência contra todo e qualquer cidadão, independente de gênero ou opção sexual. 

O fato é que estamos dividindo o país em castas de cidadãos, uns mais especiais que outros, com direitos exclusivos, privilégios privativos… Assim, vamos atropelando a Constituição que garante, a todos os brasileiros, pretos e brancos, homens e mulheres, gays ou heteros, as mesmíssimas garantias. Se somos todos iguais perante a lei porque tantas dissenções? A quem interessa uma sociedade fragmentada entre negros e brancos, ricos e pobres, patrões e empregados, agricultores e sem tetos, liberais e conservadores, gays e héteros?

Dividida, uma nação enfraquece e não subsiste. Aliás, dividir para conquistar é um conceito usado por muitos tiranos e ditadores para alcançar o poder absoluto. Está na hora de deixar as diferenças de lado e voltar a unir o país.

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