Dilma diz na TV que povo deve lhe dar segundo mandato

  • Por Jovem Pan
  • 15/07/2014 09h41

Reinaldo, o que você achou da entrevista que a presidente Dilma Rousseff concedeu à emissora Al Jazeera?

Fiquei um pouco preocupado com a nossa soberana, será que ela está bem? Olá, internautas e amigos da Jovem Pan.

A população nem se refez do maior vexame da seleção e eis que ressurge Dilma Rousseff, no noticiário, a dar uma opinião: segundo ela mesma, o povo brasileiro deveria lhe dar um segundo mandato. A afirmação foi feita em entrevista à TV Al Jazeera, do Catar. Disse a nossa governanta:

“Eu acredito que o povo brasileiro deve me dar oportunidade de um novo período de governo pelo fato de que nós fazemos parte de um projeto que transformou o Brasil”. E prosseguiu: “O Brasil tinha 54% de sua população entre pobres e miseráveis em 2002. Hoje, todos aqueles que vivem na classe C para cima representam 75%, três em cada quatro brasileiros. Nós transformamos a vida dessas pessoas. O Brasil mudou de perfil e foi feito isso com a democracia vigente”.

Por esse especioso raciocínio de Dilma, o Plano Real, por exemplo, que pôs fim à hiperinflação não mudou o Brasil – o mesmo Plano Real contra o qual o PT lutou bravamente. Quanto a essa tal classe C, já passou da hora de desmistificar essa falácia.

O oficialismo inventou a tal nova classe média. Segundo a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), são as famílias com renda per capita, atenção, entre R$ 300 e R$ 1.000. Um casal cujo marido ganhe o salário mínimo (R$ 724) – na hipótese de a mulher não ter emprego – já é “classe média” – no caso, baixa classe média (com renda entre R$ 300 e R$ 440). Se ela também trabalhar, recebendo igualmente o mínimo, aí os dois já saltarão, acreditem, para o que a SAE considera “alta classe média” (renda per capita entre R$ 640 e R$ 1.020). Contem-me aqui, leitores, como vive e onde mora que tem renda per capita de R$ 640? O aluguel de um único cômodo na periferia mais precária não sai por menos de R$ 250. Segundo a SAE, renda per capita acima de R$ 1.020 já define classe alta. Na minha casa, somos da classe alta os que aqui moramos e a nossa empregada, além de todos os porteiros do prédio.

A presidente entrou numa espécie de surto megalômano. Na entrevista concedida à Al Jazeera, ela reconhece as dificuldades econômicas do país e afirma: “Temos tomado todas as medidas para entrar em um novo ciclo. Temos que melhorar a produtividade da economia brasileira. Nós estamos numa fase de baixa de ciclo econômico, mas sabemos que vamos entrar em outra fase do ciclo. Estamos nos preparando para melhorar a competitividade do país, aumentar as condições pelas quais nós vamos poder enfrentar essa nova etapa. Se não entrar para o resto do mundo [fase econômica], eu lhe asseguro que entra para o Brasil”.

A presidente inventou o Brasil como uma ilha. Há uma boa possibilidade de o país crescer menos de 1% neste 2014, e a nossa soberana, ora vejam, diz que, se o resto do mundo não seguir o nosso país, iremos sozinhos. É patético.

Como se fosse uma candidata da oposição, afirma: “O Brasil é um país que tem demorado muito para modernizar seu Estado. Nós precisamos de um pais sem burocracia, de um Estado mais amigável tanto para os cidadãos quanto para os empresários, empreendedores e trabalhadores”.

É mesmo? O PT está no poder há 12 anos. A última iniciativa da soberana para modernizar o estado foi fazer um decreto que entrega a gestão da coisa pública a conselhos populares. Tenham paciência.

 

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