Dilma pode terminar campanha como “mamãe-dinossaura”

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2014 13h33
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NOVA YORK, EUA - 23.09.2014: DILMA/ONU - Dilma em entrevista entrevista coletiva no Hotel Plaza Athenee, em Manhattan (NY). A presidente, que participa da Cúpula do Clima da ONU, disse nesta terça-feira (23) que a adversária Marina Silva (PSB) está "mentindo" ao dizer que o desmatamento na Amazônia cresceu no último ano. Segundo a presidente, houve um "aumentinho" em 2013, mas que, em 2014, o Brasil vai "continuar a reduzir". (Foto: Lucas Baptista/Folhapress) Folhapress/Folhapress Dilma em entrevista coletiva no Hotel Plaza Athenee

Reinaldo, que história é essa de mamãe-dinossaura?

Explico. O brilhante jornalista Guilherme Fiuza publicou recentemente um livro (Editora Record) intitulado “Não é a Mamãe”. Trata-se de uma coletânea de artigos seus escritos durante os quatro anos de gestão da nossa governanta. “Não é a mamãe”, como vocês devem saber, era o bordão do bebê dinossauro quando Dino, seu pai, o pegava no colo. É isto: se não tomar cuidado, a petista ainda termina esta campanha convertida num brontossauro.

Num comício na Bahia, Dilma se referiu a Marina Silva nesses termos: “A candidata tem um modelo de política econômica extremamente conservador e neoliberal. Não só pretende atender prioritariamente os bancos, mas também ela tem uma política conservadora. Ela já falou em flexibilizar direitos trabalhistas, em reduzir o papel dos bancos públicos”.

Acusar, a esta altura (ver post anterior), a candidata do PSB à Presidência de ser neoliberal é menos do que uma desqualificação: é só uma bobagem. Pra começo de conversa, nunca houve um troço chamado “neoliberalismo”, a não ser na cabeça perturbada das esquerdas.

O PT tachou de “neoliberais” as medidas adotadas no governo FHC como privatização de estatais, Lei de Responsabilidade Fiscal e o famoso tripé macroeconômico. No poder, o PT aderiu às privatizações, mas o fez tardiamente. Tornou sacrossanta a Lei de Responsabilidade Fiscal e, em tese ao menos, aderiu ao tal tripé. Fosse uma adesão sincera, Dilma não estaria na encalacrada em que está agora.

Ao lado a presidente no comício da Bahia, estavam figuras acusadas de participar de desvios no Fundo de Combate à Pobreza no Estado. Como mostrou VEJA, uma ONG era usada para distribuir dinheiro a políticos locais. Reitero: dinheiro dos pobres.

O deputado Nelson Pelegrino e o candidato petista ao governo, Rui Costa, citados pela ex-presidente da ONG, e o governador Jaques Wagner, em cuja gestão os desvios aconteceram, faziam companhia a Dilma.

Questionada pelo site de VEJA, Dilma afirmou que “as respostas” sobre o tema já foram dadas. ”Eu acredito que todas as respostas sobre essa questão foram dadas. Eu tenho uma posição claríssima quanto a denúncias: elas são feitas para serem investigadas, apuradas, e os responsáveis presos e condenados”.

Atenção: até agora, infelizmente, o PT não deu resposta nenhuma.

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