Discurso de Dilma indica que ela perdeu a condição de governar e o juízo

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 08/03/2016 12h25
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Caxias do Sul - RS, 07/03/2016. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega de 320 unidades habitacionais em Caxias do Sul/RS e entregas simultâneas de 976 em Sobral/CE, 432 em Três Lagoas/MS, 400 em Jundiaí/SP e 306 em Paracatu/MG. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR Roberto Stuckert Filho/PR Dilma fala durante entrega do Minha Casa Minha Vida em Caxias do Sul

A presidente Dilma Rousseff fez nesta segunda um de seus mais detestáveis discursos. Além de fraudulento, é pernicioso. Além de pernicioso, é perigoso. Além de perigoso, incentiva a impunidade. Além de incentivar a impunidade, tenta jogar brasileiros contra brasileiros.

Em viagem ao Rio Grande do Sul, ela voltou a defender o ex-presidente Lula, criticando a forma como o petista foi levado para prestar depoimento na ultima sexta. Segundo ela, não fez sentido “conduzir Lula sob vara se ele jamais se recusou a ir”.

Dilma fala de orelhada, como sempre. O contexto evidencia que ela nem sabe direito o que quer dizer conduzir “sob vara”. Esta senhora deve imaginar que se trata de uma metáfora de vara de marmelo.

Vara, hoje em dia, é uma circunscrição judicial. Como é que passou a ter esse sentido? Na Roma antiga, as “fasces” eram um conjunto de varas atadas a um machado, que representavam o poder que tinham os cônsules de aplicar punições.

As “fasces” eram carregadas por aqueles que conduziam esses cônsules para abrir caminho na multidão. As “fasces” passaram a representar o poder que detinham os primeiros magistrados de Roma.

Levar alguém “sob vara” quer dizer apenas que a pessoa não pode se abster de prestar depoimento. Nada além. Nenhum petista apanhou com vara de marmelo. Nota: sim, a palavra “fasces” está na origem do vocábulo “fascismo” e de seu símbolo, mas essa é outra história. Nem sempre a etimologia explica tudo.

É evidente que não cabe a um presidente da República contestar decisões da Justiça. Outros podem fazê-lo. Ao enveredar por aí, Dilma advoga, na prática, a impunidade para Lula apenas porque ele é ele. Reitero: acho que a condução do ex-presidente “sob vara” — empregando o termo com correção — era desnecessária. Mas não cabe a Dilma dizê-lo.

Ocorre que ela já perdeu a noção de limite e de decoro, o que se revelou também nas considerações que fez sobre a oposição. Dilma perdeu o juízo e evidencia por que não tem mais condições de governar o país.

A petista resolveu falar sobre a crise econômica e avaliou que a oposição está “inconformada por ter perdido as eleições” e “fica dividindo o país”.

Entenderam? Os ladrões não fazem mal ao Brasil. Os vagabundos que assaltaram o estado não o infelicitam. Já as oposições…

Segundo Dilma, a economia brasileira não decola por culpa dos seus adversários: “O Brasil está passando por um momento de dificuldades. Uma parte desse momento é devido também à sistemática crise política que os opositores provocam no país, aqueles que são inconformados que perderam as eleições e querem antecipar 2018”.

E foi adiante no seu raciocínio asqueroso: “A oposição tem absoluto direito de divergir, mas não pode sistematicamente ficar dividindo o País, não pode. E sabe por que não pode? Porque tem certo tipo de luta política que cria um problema sistemático, não só para a política, mas para a economia, para a criação de empregos, para o crescimento das empresas”.

Trata-se de uma fala estúpida. Todo mundo viu o que todo mundo viu: a simples expectativa de que Dilma possa ser deposta anima os mercados e enche os agentes econômicos de esperança.

Não é a oposição que faz mal ao país; é o governo. De resto, Dilma poderia fazer o seguinte: encaminhar seus “projetos” para arrumar o Brasil à sua base aliada e aprová-los . Afinal, no Congresso, a oposição formal é uma… ampla maioria.

Esta senhora perdeu o juízo.

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