Discurso de Dilma indica que ela perdeu a condição de governar e o juízo
A presidente Dilma Rousseff fez nesta segunda um de seus mais detestáveis discursos. Além de fraudulento, é pernicioso. Além de pernicioso, é perigoso. Além de perigoso, incentiva a impunidade. Além de incentivar a impunidade, tenta jogar brasileiros contra brasileiros.
Em viagem ao Rio Grande do Sul, ela voltou a defender o ex-presidente Lula, criticando a forma como o petista foi levado para prestar depoimento na ultima sexta. Segundo ela, não fez sentido “conduzir Lula sob vara se ele jamais se recusou a ir”.
Dilma fala de orelhada, como sempre. O contexto evidencia que ela nem sabe direito o que quer dizer conduzir “sob vara”. Esta senhora deve imaginar que se trata de uma metáfora de vara de marmelo.
Vara, hoje em dia, é uma circunscrição judicial. Como é que passou a ter esse sentido? Na Roma antiga, as “fasces” eram um conjunto de varas atadas a um machado, que representavam o poder que tinham os cônsules de aplicar punições.
As “fasces” eram carregadas por aqueles que conduziam esses cônsules para abrir caminho na multidão. As “fasces” passaram a representar o poder que detinham os primeiros magistrados de Roma.
Levar alguém “sob vara” quer dizer apenas que a pessoa não pode se abster de prestar depoimento. Nada além. Nenhum petista apanhou com vara de marmelo. Nota: sim, a palavra “fasces” está na origem do vocábulo “fascismo” e de seu símbolo, mas essa é outra história. Nem sempre a etimologia explica tudo.
É evidente que não cabe a um presidente da República contestar decisões da Justiça. Outros podem fazê-lo. Ao enveredar por aí, Dilma advoga, na prática, a impunidade para Lula apenas porque ele é ele. Reitero: acho que a condução do ex-presidente “sob vara” — empregando o termo com correção — era desnecessária. Mas não cabe a Dilma dizê-lo.
Ocorre que ela já perdeu a noção de limite e de decoro, o que se revelou também nas considerações que fez sobre a oposição. Dilma perdeu o juízo e evidencia por que não tem mais condições de governar o país.
A petista resolveu falar sobre a crise econômica e avaliou que a oposição está “inconformada por ter perdido as eleições” e “fica dividindo o país”.
Entenderam? Os ladrões não fazem mal ao Brasil. Os vagabundos que assaltaram o estado não o infelicitam. Já as oposições…
Segundo Dilma, a economia brasileira não decola por culpa dos seus adversários: “O Brasil está passando por um momento de dificuldades. Uma parte desse momento é devido também à sistemática crise política que os opositores provocam no país, aqueles que são inconformados que perderam as eleições e querem antecipar 2018”.
E foi adiante no seu raciocínio asqueroso: “A oposição tem absoluto direito de divergir, mas não pode sistematicamente ficar dividindo o País, não pode. E sabe por que não pode? Porque tem certo tipo de luta política que cria um problema sistemático, não só para a política, mas para a economia, para a criação de empregos, para o crescimento das empresas”.
Trata-se de uma fala estúpida. Todo mundo viu o que todo mundo viu: a simples expectativa de que Dilma possa ser deposta anima os mercados e enche os agentes econômicos de esperança.
Não é a oposição que faz mal ao país; é o governo. De resto, Dilma poderia fazer o seguinte: encaminhar seus “projetos” para arrumar o Brasil à sua base aliada e aprová-los . Afinal, no Congresso, a oposição formal é uma… ampla maioria.
Esta senhora perdeu o juízo.
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