Donald Trump e a “verdade hiperbólica”

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 13/06/2017 09h27 - Atualizado em 29/06/2017 00h12
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Reprodução Trumpnation, The Art Of Being The Donald

Pobre Donald. Tudo o que ele quer é tuitar, jogar golfe, fazer a América grande novamente e trocar uns afagos com o Vladimir.

E no meio do caminho, estão juízes que não são lá muito americanos, europeus mariquinhas, ambientalistas ainda mais mariquinhas, gente paranóica acusando o presidente de tudo quanto é tipo de conflito de interesses e até um ex-diretor do FBI, James Comey que tem a petulância de chamar Trump de mentiroso e tramar o caso por obstrução de justiça. Trump bravateia que esta disposto a depor sob juramento para desmascarar Comey.

Outro que não larga do pé de Trump é o jornalista e escritor Timothy O’Brien. Educacional saber a sua história sobre as declarações juramentadas de Trump. O’Brien fez o relato esta semana. Há uma década, seus advogados questionaram o então magnata imobiliário sob juramento no processo por calúnia que ele abrira contra O’Brien por seu livro Trump Nation.

Trump perdeu o caso em 2011 e precisou admitir 30 vezes no depoimento que mentira ao longo dos anos sobre questões que variavam do montante de sua dívida ao custo da mensalidade em um dos seus clubes de golfe. Trump mentiu também sobre suas relações com o crime organizado nos cassinos de Atlantic City.

A mentira, como o crime, compensa. E Mr.Trump é o presidente, um sujeito que chegou a este posto após ocupar o palco político, mentindo anos a fio que o presidente Obama não nascera nos EUA. O prontuário na campanha eleitoral foi de uma sem-vergonhice sem fim e sabemos como terminou.

De volta ao presente. O’Brien está especialmente intrigado com uma coisa nas múltiplas conversas de Trump com James Comey, relatadas pelo ex-diretor do FBI no seu testemunho no Senado. Trump não mostrou interesse sobre a substância das investigações do FBI, ou seja, a interferência russa na eleição do ano passado. Pode ser tanto o descaso do presidente por segurança nacional ou que ele meramente já sabe das coisas.

Trump cunhou há 30 anos a expressão “hipérbole verdadeira”, um eufemismo para mentira. Cinicamente, o presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, foi indulgente com as mentiras do presidente dizendo que ele é “novo” em Washington e que está aprendendo como as coisas funcionam. Hipérbole verdadeira de Paul Ryan.

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