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Em jogo de mentiras, Trump e Hillary são recordistas em imagens negativas

Hillary Clinton e Donald Trump durante segundo debate eleitoral nos EUA - EFE

A eleição americana acontece em 8 de novembro e, como qualquer outra eleição no mundo, deveria acontecer em 1 de abril. Mas a verdade é que este ciclo eleitoral passa da conta em termos de mentiras, propaganda enganosa e falsas promessas dos candidatos. Donald Trump e Hillary Clinton são recordistas de imagem negativa entre candidatos que já concorreram à presidência dos EUA.

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Uma das proezas de Trump, um vigarista por excelência, foi tornar ainda mais negativa a imagem de Hillary na reta final. O dado impressionante está na pesquisas divulgada esta semana pela rede de televisão ABC e jornal The Washington Post. Por uma margem de 8 pontos, os eleitores acreditam que Trump seja mais honesto e de mais confiança do que Hillary.

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O resultado faz todo sentido nesta era pós-fato. Trump é o pinóquio-mór, mas é daí? Na checagem de fatos do Washington Post, das 91 declarações examinadas, 63% foram consideradas falsas (assim ele foi premiado com 4 Pinóquios). E Hillary? 4 Pinóquios por 14.2% de suas alegações.

Experiente homem de entretenimento e demagogo de primeira classe, Trump sabe que percepção é o que conta, vale o que as pessoas acreditam serem fatos. E numa época de tanto cinismo popular, convencer o eleitorado que o adversário é mais desonesto é parte do caminho andado.

Chris Cillizza, do Washington Post, explica como funciona o jogo de percepções neste ciclo eleitoral. Trump é visto como alguém que fala as coisas como elas são, é barulhento, truculento e ofensivo. Hillary é reservada e calculista, ao ponto de ser paranoica.

Como se diz em inglês, Hillary carrega muita bagagem, capaz de lotar um Boeing. Sempre se soube que seu ponto fraco era o prontuário do casal Clinton. Para mim, as negociatas da Fundação Clinton e seu conflito de interesses (mistura de público e privado) são um pecado político devastador e estamos vendo o efeito agora, tudo vitaminado por Trump, que habilmente tacou a alcunha de Hillary como a trapaceira.

Estoicamente, a revista The Economist acaba de endossar Hillary Clinton (algo facilitado pela presença no cenário de Trump), argumentando que a candidata democrata é melhor do que parece. No entanto, é este jogo de percepções. As aparências de Hillary na verdade não enganam, mas Trump consegue piorá-las.

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