Entenda as chances de cessar-fogo em Gaza

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2014 11h38
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Reinaldo, alguma chance de cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e o Hamas?

Não enquanto comento ao menos, não enquanto o Hamas mantiver suas pré-condições para um cessar-fogo. Informei aqui ontem de manhã que Israel já havia perdido o maior número de homens numa ação desde a Guerra do Líbano, em 2006. Mais nove soldados morreram nesta segunda. Agora já são 27 os militares mortos, e há 53 feridos. Isso dá conta de que a incursão em Gaza não é uma tarefa fácil. Se o Hamas tinha cada vez menos apoio da população, e era o caso, a verdade é que, militarmente, ele se fortaleceu. Está hoje mais treinado e tem equipamentos de guerra de ponta. Cresce a pressão por um cessar-fogo. A questão é sob quais condições.

Segundo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a incursão terrestre a Gaza continuará até que cumpra seu objetivo. Apesar das mortes, que ele lamentou, afirmou que a ação é bem-sucedida: 45 túneis do Hamas foram destruídos, 2.700 alvos militares foram atacados, e 160 terroristas do Hamas foram mortos.

A baixa recorde de soldados de Israel em período tão curto deixa claro o tamanho da dificuldade. Não é plausível supor que o país pretenda reocupar a região ou mesmo depor o Hamas. O custo – financeiro, militar e humano – de uma ação como essa seria incalculável. Parece que o objetivo é mesmo causar o máximo de prejuízo à milícia terrorista para lhe diminuir o poder de fogo.

À diferença do que supõem alguns inimigos de Israel mundo afora, a população do país é bastante dividida sobre ações oficiais. Em 2006, por exemplo, eram muitas as vozes que se levantavam contra a Guerra do Líbano. Na incursão a Gaza, em 2008, também houve críticas muito duras. Desde vez, no entanto, há uma quase unanimidade. O Hamas, com a sua delinquência crescente, acabou unindo a sociedade israelense.

Nesta segunda, a milícia terrorista chegou a falar em cessar-fogo, mas, para tanto, diz exigir o fim do bloqueio a Gaza. É a tática de sempre para não negociar, não é? Essa já era a sua principal condição para suspender os ataques, no estágio anterior do conflito. O bloqueio era o pretexto para manter a chuva de mísseis contra Israel. Agora que veio a reação, eles põem na mesa a mesma condição. Não faz sentido.

Essa é a lógica perturbada do terror. É a lógica de quem nunca quis a paz. Por quê? Mesmo com o bloqueio, que permite a Israel ter controle sobre tudo o que entra em Gaza e o que de lá sai, pelas fronteiras oficiais, o Hamas aumenta progressivamente seu poderio bélico. Imaginem se elas estiverem livres. É muito simples e, ao mesmo tempo, muito complicado: se o Hamas não suspender as ações terroristas, não há por que pôr fim ao bloqueio.

 

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