FBI deveria investigar a roubalheira da Copa de 2014

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2015 20h23
Brazil's goalkeeper Julio Cesar (R) fails to save Netherlands' midfielder Georginio Wijnaldum's (not in picture) goal during the third place play-off football match between Brazil and Netherlands during the 2014 FIFA World Cup at the National Stadium in Brasilia on July 12, 2014. AFP PHOTO / DAMIEN MEYER AFP De empolgação à humilhação. Relembre trajetória do Brasil na Copa

Pergunta: Será que as investigações do FBI americano vão chegar na roubalheira da Copa de 2014?

Resposta: Olha, eu sempre mantive uma posição de que era um absurdo a Copa ser realizada no Brasil, a forma como isso foi decidido. Eu quero lembrar que, na festa, nos foguetórios da escolha da Copa, não apenas estavam lá o Lula e os petistas que estavam no comando do Governo Federal, mas também governadores estaduais, entre os quais Aécio Neves, que governava Minas, e que passou a ser o principal líder político da oposição. Quase um ano depois do início da Copa, agora os jornais estão fazendo um levantamento que é muito interessante observar.

O Portal Uol mostra que a derrota que o Brasil sofreu no campo não se compara com o que aconteceu nas doze cidades-sede do elenco. Olha, segundo o Uol, ao menos 35 obras de transporte coletivo e de aeroportos ainda não estão concluídas. Essas obras foram orçadas em 11 bilhões de reais quando lançadas, em 2010 e estão atrasadas, paradas, ou nem sequer foram iniciadas. Há casos em que estão sendo feitas observações com suspeitas de corrupção.

Então, nós temos o caso, por exemplo, do Estádio Mané Garrincha, lá em Brasília; o caso da Arena Pantanal, em Cuiabá; que são estádios que viraram elefantes brancos. Em Brasília, por exemplo, o governador, sem dinheiro, transferiu parte da administração pública distrital para as dependências do Mané Garrincha, o que é um absurdo.

O sistema do transporte público, que o PT e o PMDB, principalmente, venderam como principal legado do torneio, só tem 21,4% das obras de grande porte previstas, em 2010, concluídas, segundo levantamento que a Folha de São Paulo fez, e que foi checado in loco, Fortaleza, Cuiabá, onde estão as obras mais problemáticas.

Quer dizer, todo mundo sabia que essas obras poderiam ser, muitas delas, superfaturadas e, neste momento, em que o FBI americano está de olho na forma como o Brasil foi escolhido e no que houve em matéria de contratos que lesaram o fisco americano, é bom saber se não tem nenhuma autoridade brasileira, na oposição, por exemplo, que esteja interessada em investigar o que houve, de fato, na Copa do Mundo.

Se houve superfaturamento das obras; por que elas não foram entregues. Em suma, fazer algo mais do que a polícia americana possa fazer por nós.

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