A defesa do presidente Michel Temer recuou nesta segunda-feira (22) e entrou com um novo pedido no Supremo Tribunal Federal para que o inquérito contra o peemedebista continue. Segundo o advogado de Temer, a defesa se sentiu atendida com o deferimento do pedido de perícia no áudio da conversa entre o presidente e Joesley Batista.
Para a comentarista Vera Magalhães, a defesa percebeu que se mantivesse a estratégia de recorrer na suspensão do inquérito, e isso fosse negado, equivaleria a uma derrota.
“Como se o Supremo dissesse que vê indícios de crime. Isso seria um ‘auto ultimato’ ao Governo. O Governo percebeu a armadilha auto imposta, decidiu recuar, mas se valeu da perícia que obtiveram, bastante questionável, para dizer que estão seguros de que não houve crime e que vão até o fim”, diz.
Contradições de Temer
Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, temer se vê em meio a suas próprias contradições. “Ele diz que não é crime receber empresários fora da agenda, mas é sim. Existe lei que o obriga a informar sobre todas as reuniões. Ele disse ainda que Joesley o procurou por conta da Carne Fraca, mas a operação foi deflagrada dias depois. Disse que não tinha tanto contato com Rocha Loures, mas eles eram próximos. E, por fim, temos hoje a informação de que eles viajaram juntos depois do encontro do Rocha Loures com o Joesley”, exemplifica Vera.
Vera Magalhães, no entanto, afirma não saber se as notícias sobre as contradições poderiam ser usadas como prova em eventual abertura de ação.
Aposta para sair da crise
Agora a aposta é política. A fase jurídica já corre de forma paralela, mas Temer já corre atrás de aliados para sustentar sua base e apostar na força política.
“Rodrigo Maia tem sido muito presente, apresenta raio-x das coisas na Câmara. Tem que ser assim mesmo, uma espécie de eletrocardiograma da base. Por ora, ele aposta que vai aprovar a reforma trabalhista e assim dar um ar de normalidade para a situação do Governo”, ressalta Vera.
R$ 500 mil com Rocha Loures
O deputado Rodrigo Rocha Loures, flagrado recebendo R$ 500 mil, entregou na sede da Polícia Federal o montante. “Vamos ver se tem R$ 500 mil lá dentro ou se ele saiu correndo para repor, porque o dinheiro estava marcado. Com chip, já deveria saber por onde essa mala passeou”.
Assista ao comentário completo: