Jovem Pan
Publicidade

Há bons sinais da economia, apesar dos maliciosos e “miliciosos”

Economia

Será que chegaremos à eleição de 2018 com o ambiente ainda crispado como está hoje em dia, com os fascistoides de esquerda e de direita se engalfinhando nas redes sociais, no campeonato asqueroso da boçalidade? Será que o país vai degenerar em hordas de paisanos maliciosos e “miliciosos”, ora vestidos de vermelho, ora vestidos com as cores pátrias, expressando todos, em qualquer caso, seu desprezo pela democracia liberal, seu despreparo intelectual, sua intolerância com as diferenças?

Publicidade
Publicidade

Ouça o comentário completo AQUI.

Talvez a gente até tenha algum motivo para otimismo, apesar dos vigaristas. Uma ondinha de esperança, ora vejam, chega da economia, não da política.

Ainda que a coisa doa aos ouvidos de especuladores mixurucas, que resolvem apostar alto na queda de Michel Temer e no desastre do seu governo, há sinais de que as coisas não vão por aí.

Pode parecer incrível. Pode parecer coisa do outro mundo. Mas o fato é que há uma retomada do crescimento em curso, ainda lenta. Os sinais já começam a se mostrar.

A balança comercial teve em março um superávit recorde para o mês, desde 1989: US$ 7,1 bilhões. As exportações somaram US$ 20 bilhões no período, o que representa um crescimento de 20% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importações ficaram em US$ 12,9 bilhões, uma elevação de 7% ante março de 2016.

Nem a Operação Carne Franca — que deveria ser chamada de “Operação Vaca Louca” — conseguiu atrapalhar o desempenho da economia. A exportação de carnes em março, na comparação com 12 meses passado, cresceu 9%. A venda de carne bovina, no entanto, saiu prejudicada: uma queda de 6%. Ainda assim, convenham, a coisa parece beirar o milagre.

O governo agiu de modo rápido e eficiente no caso da carne. Planejou-se um desastre de grandes proporções. À medida que as “interpretações” da PF foram caindo no ridículo, o mercado foi se recuperando. Mas é claro que há perdas acumuladas quando se compara com o ritmo em que vinha crescendo o setor.

O saldo positivo da balança no primeiro trimestre deste ano também é histórico: superávit de US$ 14,4 bilhões.

Os números são compatíveis com as previsões do mercado financeiro, que voltou a revisar para baixo a previsão da taxa básica de juros para o fim deste ano. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, a Selic encerrará 2017 em 8,75%. Há uma semana, a projeção era de 9%.

Para 2018, a estimativa foi mantida em 8,5% pela segunda semana seguida. A previsão para o IPCA, no fim deste ano, colabora para a queda na projeção da Selic. Pela quarta semana consecutiva, os analistas reduziram suas estimativas para a inflação, que passaram de 4,12% para 4,1%. Para o ano que vem, os economistas continuam esperando que o indicador fique em 4,5%, que é o centro da meta do governo tanto para 2017 como para 2018. No mesmo relatório Focus, o mercado manteve ainda suas previsões para a economia brasileira neste ano: crescimento de 0,47% do PIB. Para o ano que vem, um crescimento modesto, mas robusto para quem sai do abismo: 2,5%.

Ué, mas inflação mais baixa agora do que no ano que vem? Sim, estamos falando de uma economia que está tentando sair da recessão. Aliás, quando a inflação é mais baixa numa economia deprimida do que numa economia em expansão, é sinal de que as coisas estão no lugar; evidência de que o conjunto faz sentido.

Impossível era aquele país de Dilma, que ia para o abismo da recessão, mas com inflação nas alturas e juros nos cornos da lua.

A propósito: no ano que vem, inflação de 4,5% e Selic de 8,5%? Juros reais de 4%? Bem, caros, não sei como a Rússia estará em 2017, mas o Brasil, ainda assim, estará disputando com aquele país o pódio dos juros reais mais elevados do mundo. É preciso ver se isso faz sentido. Agora os meus amigos conservadores se arrepiam — por alguma razão, os liberais viraram “amiguchos” dos juros altos: eu acho que não faz sentido.

Mas encerro. A crispação de agora pode perder força numa economia que volte a crescer, a gerar empregos, a criar esperanças. Para a infelicidade dos fascistoides de direita e de esquerda.

Publicidade
Publicidade