Hamas mostra-se patético ao querer que Israel o “fortaleça”
Reinaldo, no que deu o cessar-fogo entre Israel e o Hamas?
Enquanto faço esse comentário, ao menos, a trégua já acabou e não será prolongada. Um terrorista do Hamas, com o rosto escondido, apareceu na Al Jazeera, informa o Jerusalem Post, para passar uma instrução aos negociadores palestinos no Cairo: ou Israel aceitava todas as condições do grupo para suspender os ataques com foguetes, ou eles deveriam abandonar a mesa de negociação. O Hamas exige o fim do bloqueio a Gaza e a libertação de pessoas ligadas ao grupo que foram presas na Cisjordânia em conflitos recentes.
Não só isso: agora quer também construir um porto e um aeroporto. E tudo, claro, sem se desarmar e sem mudar o seu programa, que prevê, como é sabido, a destruição do estado israelense. E aí, vocês acham que Israel deveria topar essa conversa? Ou por outra: para suspender seus ataques com mísseis, o Hamas exige que o inimigo lhe franqueie condições de se fortalecer ainda mais, para voltar a atacar no futuro com ainda mais violência. É patético.
Os que insistem em transformar Israel no vilão da narrativa se esquecem de que esse Estado existe e existirá sempre, com paz ou com guerra. E, é evidente, a paz é melhor. Já o Hamas só existe porque a guerra existe. Sem ela, o que seria dele? É preciso dar uma resposta a essa pergunta caso se queira fazer uma abordagem honesta da questão.
Digamos, só para efeitos de pensamento ― não é a minha proposta para a região ― que Israel aceitasse voltar às fronteiras anteriores a 1967, com a criação do Estado palestino. O Hamas aceitaria? Deixaria de existir? O movimento se auto-dissolveria e se dedicaria, então, a governar o novo Estado, tentando garantir o bem-estar do seu povo? Qualquer pessoa com um mínimo de honestidade intelectual e de informação sabe que a resposta é negativa.
Que se registre: quatro horas antes do fim da trégua, dois foguetes oriundos de Gaza atingiram o território israelense. É assim que negociam os terroristas. O Hamas, que enfrentava crescente rejeição da população de Gaza, promoveu uma grande manifestação pública nesta quinta. Mushir al-Masri, um dos líderes terroristas, contribuiu para a paz com a seguinte fala: “Nossos dedos estão no gatilho, e nossos foguetes estão apontados para Tel Aviv”. O que lhes parece? Musa Abu Marzouk, outro representante do grupo, escreveu o seguinte no Facebbok: “A única garantia são as armas da resistência”.
Negociadores de Israel afirmaram que o país aceitaria, sim, prorrogar por mais 72 horas a trégua, conforme propôs o Egito, mas o Hamas recusou. E ainda anunciou que nem todos os seus túneis foram destruídos. Daqui a pouco, os cínicos e oportunistas começarão a derramar suas lágrimas de crocodilo pelas crianças palestinas. É claro que a morte de inocentes é um horror. É claro que é uma tragédia. Só que é preciso deixar claro quem são seus assassinos: os terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica.
O terrorismo se fortalece com o sangue dos inocentes. Precisa vampirizar o povo palestino para que possa existir. Precisa, em suma, da guerra.
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