José Serra poderia ser vice na chapa liderada por Aécio Neves

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2014 11h00

Reinaldo, afinal, já dá pra saber se José Serra vai mesmo ser o vice na chapa presidencial liderada pelo senador Aécio Neves? Você acha que seria uma boa para os tucanos?

Ainda não dá para saber nada, qualquer que seja o palpite nesse caso, a chance de errar é rigorosamente igual à de acertar. Pode ser e pode não ser. Sim, eu acho que o partido sairia ganhando com isso, já disse isso aqui. Porque Serra tem densidade eleitoral e é um nome nacionalmente respeitado e conhecido. O partido demonstraria uma união inédita depois de sua última vitória presidencial, em 1998. E se faria uma chapa, sem dúvida, forte.

Há mais, as circunstâncias podem jogar a favor. O ex-governador foi derrotado em 2012 por Fernando Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo. A legião de eleitores arrependidos é gigantesca. O nome de Serra também transita hoje com facilidade no DEM, no Solidariedade e em setores do PMDB que vão apoiar Aécio. Mas não é uma solução nem fácil nem simples.

FHC se pronunciou a respeito, ou não se pronunciou, numa entrevista à TV e disse o óbvio: “Para que aconteça, é preciso que tanto Aécio como Serra queiram”. E eles querem? Ainda não está claro. Há tucanos, democratas e membros do Solidariedade entusiasmados com a ideia. Por enquanto é só.

Toda solução tem sempre prós e contras, e não seria diferente desta vez. A meu juízo, o lado favorável da balança pesa muito mais, mas é preciso que o PSDB faça uma escolha anterior ao nome, e ela tende por unidade. Uma vez conquistada, a solução torna-se natural se houver os tais “quereres”.

Uma terceira alternativa, esta sim, só tem contras. O excesso de demora na escolha. O robustecimento da hipótese Serra, a manifestação de algum eventual bolsão de resistência e a desistência. Aí se acabará colhendo um resultado algo ruim do que hoje tem enorme potencial positivo.

Na quinta-feira Aécio e Serra conversaram em São Paulo. Fizeram um balanço da disputa dos Estados, falaram dos aliados nesta empreitada 2014, mas consta que ninguém se estendeu a respeito do assunto. Ou por outra, não expressaram com clareza os seus respectivos quereres.

Reitero aqui uma observação que eu fiz. A oposição vive inequivocamente um bom momento, e a mais recente pesquisa Datafolha deixa isso claro. Se o segundo turno fosse hoje, Dilma venceria por 47% a 36%. Não é preciso ser bidu para concluir que 11 pontos, a esta altura do campeonato, dado o contexto, não conferem ao PT a certeza da vitória.

Muito pelo contrário, quando se considera o potencial de crescimento das oposições, o futuro sorri para os petistas muito menos do que eles poderiam imaginar há um ano. Dilma não precisou se preocupar com o vice, vai de Michel Temer mesmo, ainda que este não leve consigo todo o PMDB, como é sabido.

Eduardo Campos do PSB, ao se juntar com Marina Silva, não deixou de marcar um tento politicamente positivo, independentemente do que se possa achar do pensamento da líder do ainda inexistente Rede. Que os tucanos tomem cuidado para que a sua escolha do vice também seja uma operação virtuosa.

 

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