Lideranças do PMDB pressionam Renan Calheiros

  • Por Jovem Pan
  • 28/04/2014 10h24
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Reinaldo, então senadores do PMDB querem que o presidente do Senado, Renan Calheiros, desista de recorrer ao Supremo contra a CPI da Petrobras?

É isso mesmo, agora lideranças do PMDB estão pressionando Renan Calheiros, que é presidente do Senado, a desistir de recorrer contra a liminar cedida pela ministra Rosa Weber em favor da CPI da Petrobras.

É o mínimo que ele pode fazer em defesa do próprio partido. Afinal, o PT, o maior interessado em que a Comissão não seja instalada, já decidiu cair fora e disse aceitar a investigação. Embora fale da boca pra fora, é claro.

Os pê-emedebistas telefonaram para Renan, que estava na Itália em razão do processo de canonização de Padre Anchieta, e o alertaram que o ônus recairia sobre o partido. E seria muito barulho por nada, um desgaste inútil. Dados os fundamentos elencados por Rosa Weber para conceder a liminar, dificilmente eles não seriam endossados pela esmagadora maioria do Supremo.

Vale dizer, o PMDB arcaria com o peso de lutar contra a comissão e ainda seria derrotado. A CPI é composta de 13 membros titulares, PT e PMDB podem indicar oito deles, quatro cada um. O PSDB teria dois nomes apenas e o DEM um. Duas cadeiras dependeriam da formação de blocos, ainda incertas. É evidente que o governismo teria total controle da investigação, especialmente no Senado. Renan volta ao Brasil nessa segunda, vamos ver.

A batalha nos bastidores agora é outra, lembre-se de que a oposição também tem o número de assinaturas para fazer a CPI mista, isto é, composta de senadores e deputados. A oposição passa agora a lutar para que seja esta a instalada, não a do Senado. O Palácio do Planalto tem menos controle de sua base na Câmara.

Os governistas argumentam, no entanto, que a liminar de Rosa Weber autoriza apenas a CPI do Senado. O argumento é tolo, é bobo juridicamente. Substancialmente, Rosa não arbitrou sobre a CPI do Senado, mas sobre o direito que tem a minoria de instalar uma Comissão de Inquérito, desde que cumpridos os requisitos. Um terço de assinaturas de parlamentares se fato determinado.

Logo, a mesma argumentação para a CPI mista. Se for o caso, os oposicionistas prometem recorrer ao Supremo de novo e é certo que vencerão outra vez. Vejam que curioso, pianinho, pianinho, sem que os pê-emedebistas se dessem conta, os petistas  estavam jogando sobre os seus ombros a tarefa de impedir a CPI da Petrobras ou de tentar impedi-la ao menos, o que seria, insisto um desgaste inútil.

 

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