Lula já era! Em breve, ele não presta mais nem para fazer ameaças

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 29/02/2016 10h58
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Reprodução Lula em propaganda partidária

Lula, como se viu na festa do aniversário do PT, está nervoso. Está querendo puxar briga. Já escrevi aqui e falei em muitos outros lugares: uma das condenações com que o Poderoso Chefão não contava já aconteceu: a do povo. Caiu o mito. Não tem retorno. Ele ainda pode vir a se enroscar, sim, na esfera criminal. Mas a primeira parte da prestação de contas já está em curso.

Por generosidade da Operação Lava Jato — e põe generosidade nisto! —, Lula não é investigado em inquérito nem em casos em que seu nome está no centro de delações. Vejam o exemplo do empréstimo do grupo Schahin ao PT. Entender, no entanto, as tramoias do petrolão é coisa difícil. Mas todo mundo entendeu a história do tríplex. Todo mundo entendeu a história do sítio. Quanto mais Lula explica, mais ele se afasta do universo daqueles que confiavam nele. Ou alguém acha razoável que um ex-sindicalista como Jacó Bittar dê a Lula, de presente, um sítio, que será, depois, repaginado por empreiteiras?

Esse não é o universo do povo pobre, do qual Lula se queria e se dizia representante. E, em certa medida, chegou a ser mesmo. Mas é claro que a coisa foge ao razoável.

Neste domingo, a Folha trouxe uma pesquisa Datafolha que revela a opinião dos brasileiros a respeito. Entre os ouvidos, 62% acham que as empreiteiras beneficiaram Lula no caso do apartamento (58% acreditam ter sido uma relação de troca) e 57% no do sítio (para 55%, com troca de favores). Nos dois casos, só 13% acreditam que Lula não foi beneficiado pelas empresas.

O povo julgou e condenou Lula. Por ampla maioria.

Sim, 37% ainda dizem que ele foi o melhor presidente, seguido por FHC, com 15%. Getúlio Vargas, com 6% e JK, com 5%. Mas isso não quer dizer grande coisa. O governo tucano acabou há mais de 14 anos. Essa distância distorce tudo. Nem dá muito para os petistas se animarem, já que o de Dilma lidera como o governo mais corrupto da história (34%), seguido justamente pelo de Lula, que empata com Collor em 20%. O de FHC obteve apenas 7% nesse quesito.

A evidência de que o mito Lula se esfarelou se revela numa outra medição, que aponta as pessoas mais confiáveis do Brasil. Joaquim Barbosa obteve a melhor nota: 5,8, seguido por Marina Silva (Rede), com 5,3 — acima de Sergio Moro, Aécio Neves e FHC, que empatam em 4,7. O senador José Serra (PSDB-SP) tem 4,6. E só então aparece Lula, com 4,5, mesmo número de Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo. Michel Temer obteve 3,1, e Dilma, 3. Os presidentes do Senado e da Câmara não aparecem bem: 2,7 e 2,3, respectivamente. Notem: acima de Lula, há três tucanos; o juiz Moro, que os petistas odeiam; Joaquim Barbosa, também uma besta-fera para a companheirada, e Marina Silva, que tenta roubar o eleitorado de esquerda do PT.

É evidente que os números são especialmente perversos para Lula e Dilma porque o conhecimento que tem a população dos ilustres petistas é muito maior. Fica difícil você dizer que confia em quem não conhece, mas é muito fácil afirmar que não confia em quem conhece muito bem. E a gente conhece Lula e Dilma o suficiente para não confiar neles.

Lula já era. Em breve, ele não serve nem mais fazer ameaças.

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