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Ninguém tem peito de punir pra valer a falta de decoro de André Vargas

Nêumanne, afinal de contas, a quantas anda o processo do Conselho de Ética da cassação de André Vargas na Câmara dos Deputados?

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O Conselho de Ética aprovou na quarta-feira, com o apoio de 11 conselheiro a zero, o relatório que pede a cassação do mandato do deputado André Vargas, expulso do PT no Paraná. Bom, André Vargas está em todo o noticiário. Ele aparece na investigação da Polícia Federal, ele aparece na denúncia da contadora, ele aparece nos testemunhos dos laranjas em todo lugar. É tido, havido e praticamente certo como sócio, amigo, envolvido com o doleiro Alberto Yousseff – chefe do esquema que teria lavado cerca de 10 milhões de reais e preso na operação lava-jato da PF.

Bom, você vai me dizer que o relator do processo do PSB de Minas, Paulo Delgado, frisou relação estreita entre Vargas e o doleiro, disse que o parlamentar quebrou o decoro porque recebeu vantagem indevida ao usar o jatinho para João Pessoa e por intermediar interesse do laboratório Labogen, empresa de fachada que pertenceria ao doleiro, junto ao ministério, os outros conselheiros do Conselho de Ética já votaram para que cassem seu mandato, só que, para isso, tiveram que garantir quorum mínimo e fizeram duas alterações na composição na quarta-feira, entrando Rubens Bueno, do PPS do Paraná, e o Pastor Eurico, do PSB de Pernambuco, porque estavam em Brasília.

De qualquer maneira, era preciso que 11 estivessem lá e 11 dos 21 compareceram e votaram. Só que a cassação só será feita quando for votada em plenário e aí é só pra depois das eleições. Pois é, meus amigos, vocês estão percebendo que os fatos pululam, as provas aparecem, mas ninguém tem peito de chegar e punir pra valer a falta de decoro do senhor André Vargas. É o caso de pensar quem é que tem rabo preso com ele. Quantos nobres colegas deputados estão fugindo desta decisão, seja no Conselho de Ética, seja no próprio plenário, por decisão do partido que o expulsou, o PT, ou dos aliados do governo?

Desse jeito é muito difícil provar as coisas, punir as coisas que foram provadas e nem sempre aqueles que são denunciados e que não são punidos, como alegou a presidente Dilma Rousseff na entrevista ao Jornal Nacional, são, por natureza e definição, inocentes. Não parece ser o caso de André Vargas, eu espero.

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