No Brasil nunca se privatizou por convicção

  • Por Carlos Andreazza/Jovem Pan
  • 22/02/2017 07h54
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Fernando Frazão/Agência Brasil Fernando Frazão/Agência Brasil Cartaz de manifestantes contra a privatização da Cedae em frente à Alerj

A provável e necessária venda da CEDAE, a companhia estadual de água e esgoto do Rio de Janeiro, é mais um grito do modo doente como se compreende a privatização no Brasil.

Neste país, nunca se privatizou por convicção. Nunca por compromisso com a diminuição do Estado, para que este pudesse se concentrar em saúde, educação e segurança pública. Não. Aqui se privatiza para fazer caixa – como quando Fernando Henrique Cardoso privatizou o sistema de telecomunicações – ou em desespero absoluto, como agora, no caso do Rio de Janeiro, em que o governo de Luiz Fernando Pezão precisa oferecer a CEDAE como garantia para obter novos empréstimos e como licença para reincidentemente driblar a lei de responsabilidade fiscal.

Neste país, em que o capitalismo conhecido é o de Estado, todo o programa de privatização teve e tem como muleta o recurso aos mecanismos de fomento estatais; teve e tem, como principal investidor, o BNDES. O BNDES em que a Lava Jato ainda não chegou. E assim será mais novamente. E, em 2018, candidatos – de partidos supostamente liberais – mais uma vez vestirão coletes com símbolos de Estatais, tudo para exibir apreço pelas empresas públicas que incham o Estado e o tornam inviável e ineficiente.

É, ouvinte… Este país roda e roda como uma baiana – mas não evolui e não sai do lugar.

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