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O pessimismo reina em terras ianques

Times Square

 Sabemos que Hillary Clinton e Donald Trump são candidatos impopulares. A eleição de 8 de novembro pode ser definida como a do tapa-nariz, a da escolha do mal menor (e eu não tenho dúvida que o mal maior seja Mr. Trump). Sabemos também que a sociedade americana está polarizada, dividida entre seus clãs políticos e culturais.

Mas uma ambiciosa pesquisa divulgada pelo jornal The Washington Post mostrou que os americanos ao menos estão unidos num ponto: o pessimismo. Não importa o desfecho em novembro (e eu mantenho que Hillary vencerá), a eleição pouco fará para unificar os Estados Unidos da América.

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Em parceria com a firma de pesquisas SurveyMonkey, o Washington Post disse que foi a amostragem mais ambiciosa que já realizou. Foram entrevistados 74 mil eleitores ao longo de três semanas em agosto.

E os resultados sobre o sentimento nacional são assombrosos: 55% dos eleitores dizem que um governo Hillary iria ameaçar o bem-estar da nação, enquanto 61% têm esta opinião sobre Trump. Apenas 4% dos americanos dizem que nenhum dos dois candidatos irá resultar em mal-estar.

Um em cinco eleitores está assustado com a perspectiva de qualquer um dos dois candidatos na Casa Branca. O senso de alarme é especialmente acentuado no estado de Utah, onde 38% dizem que Hillary e Trump são uma ameaça.

O pessimismo é amplo e profundo. Nacionalmente, 68% dos votantes dizem que a eleição pouco ou nada fará para reduzir as divisões nacionais. Liberais estão mais pessimistas do que conservadores, o que ajuda a explicar tanto alarme com o cenário de uma presidência de Trump, embora minorias como latinos, negros e asiáticos, que são pilares da coalizão eleitoral democrata, sejam mais otimistas sobre o futuro americano.

A sociedade americana é cada vez mais diversificada em termos sociais e culturais e estas mudanças assustam especialmente um segmento da população branca mais velha, com níveis econômicos e educacionais mais baixos. Nenhuma surpresa que os jovens estejam mais à vontade com a cara nacional, dizendo que o país hoje reflete os seus valores.

Donald Trump quer projetar o futuro dizendo que, com ele à frente, o país reencontrará sua grandeza. De fato, ele é um arauto do passado. Hillary, herdeira de uma dinastia, não é um grande futuro para os americanos. Seu maior valor é não ser Trump. Não é à toa que o pessimismo seja tão popular nos EUA.

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