Paulo Roberto Costa deixa muita gente em pânico; entenda

  • Por Jovem Pan
  • 09/10/2014 13h19
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Reinaldo, parece que Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras que está preso, andou deixando muita gente em pânico, é isso?

O PT está numa enrascada. O pior é que, a depender do resultado das urnas, o Brasil também. Vamos ver, como diria o poeta Horácio, na bela ode em que homenageia a sua Leuconoe, que destino os deuses nos reservam. Conforme for, a pessoa que encabeçar o próximo quadriênio na Presidência da República não chegará ao fim do mandato, que pode ser abreviado ou pela Justiça ou por um processo de impeachment. Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, prestou seu primeiro depoimento à Justiça depois do acordo de delação premiada. Ele sabe que, caso comece a dizer sandices e invencionices, o pacto é desfeito, e ele arca não só com o peso inicial dos delitos cometidos como com sanções novas. Assim, deve-se, quando menos, prestar atenção ao que diz.

Paulo Roberto afirmou com todas as letras que o esquema corrupto que ele operava na Petrobras para políticos recebia 3% do valor líquido dos contratos com a estatal. A fonte principal da corrupção é a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ela foi orçada em US% 2,5 bilhões e já está em US$ 19 bilhões e ainda não começou a funcionar. O dinheiro era dividido entre ele próprio e três partidos: PT, PMDB e PP. Segundo a PF, a quadrilha chegou a movimentar R$ 10 bilhões na estatal. Sim, dez bilhões! Teriam atuado no esquema Sérgio Machado, presidente da Transpetro, de quem Paulo Roberto admite ter levado uma propina de R$ 500 mil, Nestor Cerveró, Jorge Zelada e o petista Renato Duque, todos ex-diretores da estatal.

Mas, há outros nomes: José Eduardo Dutra, atual diretor Corporativo e de Serviços, também seria ligado ao grupo. Pois é… Dutra foi um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. Pertencia ao trio que Dilma apelidou de “Os Três Porquinhos”. Os outros “porquinhos” eram José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça, e Antonio Palocci, que, segundo Paulo Roberto, pediu R$ 2 milhões ao esquema em 2010 para pagar contas da campanha de Dilma.

Nestor Cerveró, um dos acusados por ele, é o homem que organizou a operação de compra da refinaria de Pasadena, que, segundo o TCU, deu um prejuízo à empresa de US$ 792 milhões. Na delação premiada, Paulo Roberto já confessou que levou propina também nessa operação. Dilma, à época, era presidente do Conselho e alegou não saber de nada. Logo depois, Cerveró deixou o cargo, mas a já presidente Dilma o nomeou para ser diretor financeiro da BR Distribuidora. Renato Duque sempre foi considerado o homem do PT na Petrobras e ocupou a poderosa Diretoria de Serviços entre 2003 e 2012. Jorge Zelada, ex-diretor da Área Internacional, foi indicação do PMDB.

Todos têm direito de se defender e certamente o farão. O fato é que Paulo Roberto Costa está dizendo que a campanha eleitoral do PP, do PMDB e do PT,  inclusive da então candidata Dilma Rousseff,  foi em parte financiada com dinheiro sujo, roubado da Petrobras.

E agora? Se Paulo Roberto Costa estiver certo, a Papuda será pequena para abrigar tantos tubarões.

 

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